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Estudo abre discussão sobre impacto da Alca e UE na siderurgia

Por Agencia Estado
Atualização:

A siderurgia brasileira tem pouco a ganhar, inicialmente, com as negociações para redução de tarifas entre Mercosul e União Européia. A avaliação faz parte do primeiro estudo pedido pelo governo para medir o impacto sobre o setor das conversas para formação da Área de Livre Comércio das Américas (Alca) e para um acordo com a UE. O levantamento, encomendado à Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), está em fase final de elaboração e traça um perfil da crise e consolidação da siderurgia mundial e as implicações sobre a competitividade da indústria brasileira. A primeira nota técnica, elaborada pelo economista Germano Mendes de Paula - um dos maiores especialistas no assunto - serviu de partida para um discussão entre empresários do setor com equipes dos ministérios do Desenvolvimento, Fazenda e Relações Exteriores. O objetivo do governo é preparar as empresas para a redução de alíquotas de importação previstas nas negociações com a Alca e União Européia e formular propostas de uma política industrial para estes setores. O estudo servirá de base para a posição do governo nestas questões. Um dos dados levantados pelo estudo mostra que a participação das quatro maiores empresas na produção norte-americana de aço bruto regrediu de 54% em 1973 para 37% em 2000. "Muito provavelmente, o principal fator explicativo para a desconcentração na siderurgia norte-americana seja o crescimento das mini-mills", afirma o relatório preliminar. Conforme o estudo, o diagnóstico de que a excessiva fragmentação é uma importante fragilidade da siderurgia norte-americana é compartilhado tanto pelos defensores do protecionismo quanto pelos seus críticos. Outra peculiaridade da siderurgia norte-americana é a elevada participação de investidores estrangeiros. Mais de 69 unidades siderúrgicas localizadas nos Estados Unidos são de propriedade, total ou parcial, de estrangeiros, como as brasileiras Gerdau e CSN. Ainda segundo o estudo, o Brasil possui o menor custo operacional (de US$ 295 por tonelada) na produção de bobinas laminadas a frio, segundo comparação realizada entre 12 países, que são responsáveis por 64,5% da produção mundial de aço. Mas o custo financeiro da siderurgia brasileira, de US$ 67 por tonelada, é o terceiro mais alto da amostra. No âmbito geral, a siderurgia brasileira teria o terceiro menor custo total, de US$ 362 por tonelada, dentre os 12 países analisados.

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