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Estudo da prefeitura de SP diz que mínimo poderia ser maior

Por Agencia Estado
Atualização:

Um estudo da Prefeitura de São Paulo intitulado "Uma Contribuição ao Debate do Salário Mínimo", realizado em abril pela Secretaria do Desenvolvimento, Trabalho e Solidariedade mostra que na União e nos Estados o aumento de despesas relacionadas ao aumento do salário mínimo seria "desprezível" caso o governo federal fixasse o valor do mínimo em R$ 300. Para a União, este impacto seria de 0,01% e para os Estados de 0,14%. O estudo também traça um paralelo entre o aumento do valor do salário mínimo e maior consumo. Como as famílias que vivem destes valores utilizam toda sua renda na compra de produtos de primeira necessidade, a prefeitura de São Paulo considera que todo o reajuste seria repassado para o consumo. Esta tese é reforçada pelo projeto do próprio Plano Plurianual (PPA), elaborado pelo governo federal, que estabelece que o aumento do poder de compra do salário mínimo é um dos instrumentos necessários para se criar "um círculo virtuoso" na economia brasileira. O PPA cita ainda a reforma agrária, o fomento à agricultura familiar, o programa Bolsa Escola, a universalização da assistência aos idosos e o microcrédito como outros indutores da ampliação da base de consumo do país. Perspectiva histórica - Quando foi criado em 1940, o salário mínimo equivalia a valores de hoje a R$ 661,00. Em 1957, foi registrado o seu maior valor histórico: R$ 827,17 em valores atualizados. Dados do Dieese mostram que o salário mínimo real de hoje representa menos que 1/3 do valor de 1940. O estudo do Dieese, feito em maio de 2002, ainda é atual no que se refere às restrições que impedem a recuperação mais rápida do poder de compra do salário mínimo. "As restrições impostas pelo acordo com o FMI sobre as contas públicas da União têm marcado decisivamente o debate sobre a recuperação do valor do salário mínimo", afirma o estudo. Acrescenta que "o déficit previdenciário e os efeitos sobre as contas públicas municipais ? aspectos particulares de um a crise fiscal mais ampla que tem sua raiz no desequilíbrio das contas externas agravadas pelas taxas de juros ? são sempre apontados como impeditivos da melhoria do salário mínimo".

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