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Estudo mostra como será o investimento externo no Brasil

Por Agencia Estado
Atualização:

O Brasil deverá atrair uma média anual de US$ 24,2 bilhões em investimentos diretos estrangeiros (IDE) entre 2002 e 2006. Com isso, o País será o décimo do mundo a receber IDE - e o maior da América Latina - nesse período. A estimativa consta do estudo "Perspectivas para o investimento mundial 2002: o próximo boom do IDE", elaborado pela consultoria britânica Economist Intelligence Unit (EIU) e divulgado hoje na capital britânica. Segundo a EIU, o Brasil vai atrair US$ 22 bilhões em investimentos diretos neste ano e US$ 24 bilhões em 2003. "A principal atração do Brasil vai continuar a ser o tamanho de seu mercado doméstico", disse a consultoria. "Com o aprofundamento da integração regional, um crescente número de empresas estrangeiras também deverá usar o País como base de abastecimento para outros países sul-americanos." De acordo com a EIU, a maior parte dos fluxos de IDE para essas indústrias exportadoras será destinada para setores como aço, papel e celulose. "Os abundantes recursos naturais dão ao Brasil uma vantagem competitiva nesses setores". Pontos fracos A EIU observou, no entanto, que em outras áreas, nas quais as vantagens são menos óbvias - como no setor de bens de capital - os fluxos de IDE serão contidos pelo "custo Brasil", composto pela alta tributação, o elevado custo do capital, a burocracia, as deficiências em infra-estrutura e pouco investimento em recursos humanos. A EIU observou que o País tem um grande potencial como produtor de alimentos, "mas a sua capacidade de expandir as suas exportações agrícolas vai depender dos resultados da rodada multilateral do comércio", que poderá derrubar as barreiras protecionistas nos países ricos. O estudo observa que a maior parte do processo de privatização já foi completado. "Algumas grandes vendas no setor de energia ainda estão pendentes mas poderão ser deixadas para o governo, que tomará posse em janeiro de 2003". A EIU alertou que o setor energético precisa de grandes investimentos para evitar novas crises no abastecimento de energia. "Apesar do progresso obtido com as reformas de liberalização e de estrutura fiscal, as grandes necessidades de financiamento externo do País o deixam vulnerável aos choques externos, o que ficou demonstrado pela volatilidade dos mercados financeiros em 2001", disse a consultoria. "Enquanto essa vulnerabilidade persistir, ela atuará como um freio potencial para as empresas que avaliam a possibilidade de investir no Brasil."

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