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ETH quer fusão de projetos de alcooldutos

Empresa argumenta não fazer sentido ter mais projetos com traçados semelhantes

Por Nicola Pamplona
Atualização:

RIO O vice-presidente de operações agroindustriais da ETH, Luis Felli, defendeu ontem a fusão entre os três grandes projetos de alcooldutos para transportar a produção do Centro-Oeste até São Paulo. A empresa herdou da Brenco um dos projetos, orçado entre R$ 3 bilhões e R$ 4 bilhões. Os outros dois são os da PMCC, que tem Petrobrás, Mitsui e Camargo Corrêa como sócios; e o da Uniduto, consórcio formado por 12 grandes grupos do setor sucroalcooleiro detentores de cerca de 90 usinas responsáveis por um terço da produção brasileira de etanol. Os principais sócios da Uniduto são Cosan, Copersucar e Crystalsev, cada um com participação de 26,17%. "Existem vários projetos e não faz sentido termos três ou quatro alcooldutos com traçados semelhantes", afirmou Felli, em entrevista após participar do 3.º Fórum Brasil-União Europeia, no Rio de Janeiro. O executivo argumentou que a construção de infraestrutura logística para escoar a produção de etanol é fundamental, por garantir uma redução de custos entre 20% e 30% no preço final do produto, garantindo maior competitividade no produto tanto no mercado interno quanto no exterior. Logística. O duto ligaria o Centro-Oeste a Paulínia, no interior paulista, que fica às portas do maior mercado consumidor do País, a região ao redor da capital São Paulo, e que já tem ligação com o Porto de Santos. Felli destacou, porém, que ainda não há negociações no sentido de unificar os projetos, "apenas conversas iniciais". Segundo ele, as empresas interessadas teriam de definir questões como o melhor traçado e a capacidade de transporte do alcoolduto.A ETH tem importantes projetos de produção no Centro-Oeste, que vão contribuir, este ano, para o crescimento da moagem de cana-de-açúcar de 3 milhões de toneladas (registradas no ano passado) para 13 milhões de toneladas. A partir desse volume, a empresa pretende produzir 300 mil toneladas de açúcar e 900 mil metros cúbicos de etanol. Distribuição. Felli afirmou que, além da questão logística, a ETH terá de decidir nos próximos anos se vai atuar no segmento de distribuição de combustíveis, considerado importante para garantir mercado para sua produção. Segundo ele, essa decisão será tomada no médio prazo, pois nos próximos dois anos, pelo menos, os esforços serão concentrados em iniciar a operação dos projetos agroindustriais. "Por um lado, não temos como hábito concorrer com nossos clientes (outras distribuidoras), mas se for estrategicamente importante ter acesso a mercados, estaremos avaliando a entrada no negócio de distribuição", explicou.

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