Se não for possível chegar a um resultado positivo na Área de Livre Comércio das Américas (Alca), os Estados Unidos vão buscar o livre comércio com países que estiverem interessados, advertiu ontem o embaixador Peter Allgeier, co-presidente americano da Alca. A afirmação, feita no seminário "O Papel dos Legisladores na Alca", realizado no Congresso, foi um recado indireto ao Brasil, que busca reformular as negociações do bloco comercial, opondo-se à proposta dos americanos. "Os Estados Unidos acreditam que o comércio é uma questão-chave para o crescimento econômico", disse o embaixador. Ele reafirmou a proposta americana de uma Alca abrangente, que exclua apenas os temas que os EUA consideram mais apropriados para discussão no âmbito da Organização Mundial do Comércio (OMC): os subsídios domésticos à agricultura e as medidas antidumping. Segundo Allgeier, a proposta americana é de um acordo consistente com a forma como se fazem negócios na economia global hoje em dia. "Achamos que, em primeiro lugar, o acordo tem de ser abrangente, cobrindo as nove áreas que têm feito parte das negociações desde o início: agricultura, acesso a mercados e bens industriais, serviços, investimentos, propriedade intelectual, política de concorrência, medidas antidumping e subsídios, solução de controvérsias e compras governamentais", disse o embaixador. "Em segundo lugar, deveria ser um acordo multilateral, não uma série de acordos bilaterais." O terceiro atributo, segundo Allgeier, é o chamado empreendimento único, um acordo coerente que inclua tanto compromissos de acesso a mercados - ou seja, eliminação de barreiras tarifárias e não tarifárias - quanto regras de comércio. "Ambas essas características são necessárias para que se possa fazer negócios com eficiência." Em quarto lugar, disse, "deve ser um acordo ambicioso". Leia mais no Estadão