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EUA alertam sobre riscos de deflação na Europa; BCE pode ter que fazer mais

Por JASON LANGE
Atualização:

Os Estados Unidos renovaram o alerta nesta quarta-feira sobre os riscos da Europa entrar em uma espiral de queda dos salários e preços, dizendo que as recentes ações do Banco Central Europeu (BCE) podem não ser suficientes para evitar a deflação. Em relatório semestral para o Congresso, o Departamento do Tesouro dos Estados Unidos disse ainda que a Alemanha poderia fazer mais para ajudar a Europa, incluindo impulsionar a demanda na maior economia da Europa. "A Europa enfrenta o risco de um período prolongado de inflação substancialmente abaixo da meta ou de deflação", disse o Tesouro. Nos últimos meses, o BCE cortou os juros para níveis recordes de baixa, ofereceu a bancos novos empréstimos de longo prazo e anunciou planos para comprar ativos do setor privado. Tudo isso tem o objetivo de estimular a economia europeia, que tem oscilado à beira da recessão. A Europa é um grande parceiro comercial dos Estados Unidos e da China, e suas dificuldades têm estado no centro das preocupações sobre a economia global, que abalaram os mercados financeiros em todo o mundo nos últimos dias. O Tesouro disse que as ações do BCE "deveriam ajudar a combater os riscos deflacionários", mas que "novas políticas de apoio à demanda podem ser necessárias". O relatório aparentemente foi escrito com muito cuidado para evitar parecer insistente sobre o que Washington acredita que a Alemanha deveria fazer. Berlim tem sido um aliado estratégico dos EUA há décadas. O Departamento do Tesouro também sugeriu que a Coreia do Sul intervenha no mercado de câmbio. O won perdeu 5 por cento do seu valor em relação ao dólar em seis semanas. A administração Obama tem pedido há muito tempo que Seul minimize as intervenções cambiais, mas, na quarta-feira, disse que o won está desvalorizado no momento e pediu que Seul deixe a moeda se apreciar mais. Novamente, Washington afirmou que a moeda chinesa está "significativamente desvalorizada", mas disse que Pequim parece estar interferindo menos na definição do valor do iuan. Isto sugere que podem estar aliviando as tensões entre os dois países sobre o câmbio. O relatório divulgado duas vezes por ano examina as políticas econômicas e cambiais dos maiores parceiros comerciais dos EUA.

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