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EUA ameaçam romper contrato milionário com a Cargill

Companhia norte-americana de agronegócios responde a acusações de discriminação trabalhista

Por Filipe Domingues e da Agência Estado
Atualização:

Na tentativa de forçar a companhia norte-americana de agronegócios Cargill a responder acusações de discriminação trabalhista, o Departamento do Trabalho dos Estados Unidos ameaça cancelar contratos de carnes com a empresa no valor de US$ 550 milhões. Segundo reportagem do Wall Street Journal, os produtos são fornecidos ao exército dos Estados Unidos.O Departamento, que tem autoridade para auditar as práticas de contratação das companhias que fazem negócios com o governo federal, afirmou nesta terça-feira que o escritório de observância das contratações abriu uma reclamação administrativa contra a unidade de processamento de peru da Cargill em Springdale (Arkansas).A reclamação se baseia em alegações de que os gerentes da fábrica em questão preferem contratar asiáticos e pessoas provenientes das ilhas do Pacífico, em detrimento de pessoas de outros grupos raciais. O Departamento avalia que cerca de 4 mil candidatos capacitados foram recusados pela Cargill por discriminação.A Cargill nega as acusações e afirmou que o Departamento fez uma interpretação incorreta da estatística histórica de contratação "e não da realidade", de acordo com o porta-voz Mike Martin. Ele acrescentou que 84% dos funcionários da Cargill em Springdale representam minorias sociais.Outra processadora de carnes, a Tyson Foods, enfrentou problema semelhante há cerca de uma década, acusada pelo Departamento do Trabalho de rejeitar mulheres em quatro de suas fábricas no Meio-Oeste. A Tyson Foods concordou, em setembro, em pagar US$ 2,25 milhões para cerca de 1,64 mil mulheres, na tentativa acabar com as acusações, mesmo que tenha negado praticar discriminação. As informações são da Dow Jones.

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