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EUA anunciam compra de ações dos maiores bancos do país

Governo vai utilizar pelo menos US$ 250 bi para adquirir participação em nove grandes instituições

Por Gustavo Nicoletta (Broadcast) e da Agência Estado
Atualização:

Autoridades do governo dos EUA anunciaram nesta terça-feira, 14, que vão utilizar imediatamente até US$ 250 bilhões do pacote de US$ 700 bilhões aprovado recentemente pelo Congresso para adquirir participação em nove grandes instituições financeiras, numa tentativa de dar novo fôlego ao setor bancário e combater a crise de restrição ao crédito. O valor equivale à primeira parcela do plano aprovado pelo Congresso. O secretário do Tesouro, Henry Paulson, vai pedir imediatamente aos legisladores a próxima parcela de US$ 100 bilhões, de acordo com fontes citadas pelo jornal Washington Post. Em carta à presidente da Câmara, a democrata Nancy Pelosi, Bush afirmou que será necessário comprar ativos problemáticos até o limite de US$ 350 bilhões. Veja também: Entenda os termos do jargão financeiro  Plano europeu de socorro a bancos soma US$ 2,28 tri, diz 'FT' Em meio à crise, empresas têm que pagar US$ 15 bi ao exterior Como o mundo reage à crise  Confira as medidas já anunciadas pelo BC contra a crise Entenda a disparada do dólar e seus efeitos Especialistas dão dicas de como agir no meio da crise A cronologia da crise financeira  De acordo com o Wall Street Journal, os nove bancos que concordaram em participar do programa de aquisição de capital são Goldman Sachs Group, Morgan Stanley, J.P. Morgan Chase, Bank of America, Merrill Lynch, Citigroup, Wells Fargo, Bank of New York Mellon e State Street. Os bancos têm até 14 de novembro para decidir se participarão do programa de compra do Tesouro. O presidente dos EUA, George W. Bush, ressaltou durante discurso nesta manhã que o pacote "foi cuidadosamente planejado para que os bancos comprem de volta as ações quando mercado se recuperar". O Bank of New York Mellon já confirmou em comunicado nesta terça que vai participar do programa. O governo norte-americano investirá US$ 3 bilhões em ações preferenciais e títulos de garantia do NY Mellon, segundo o banco. "Nós apoiamos o esforço do Tesouro. É hora de o mercado funcionar novamente para os tomadores de empréstimos e para os investidores", disse o presidente executivo do NY Mellon, Robert P. Kelly. Paulson detalha plano "O fato do governo possuir uma participação em qualquer companhia privada dos EUA é condenável para a maior parte dos norte-americanos - inclusive para mim", afirmou o secretário do Tesouro do país, Henry Paulson. "Mas a alternativa de deixar as empresas e os consumidores sem acesso a financiamentos é totalmente inaceitável." De acordo com o Tesouro, as instituições financeiras que participarem do programa estarão sujeitas a regras que restringem as compensações oferecidas aos executivos enquanto o governo for proprietário de ações. As regras devem ser divulgadas posteriormente. "Nosso objetivo é que uma série de instituições saudáveis vendam ações preferenciais para o Tesouro, levantando capital, de forma que possam fazer mais empréstimos para as empresas e consumidores em toda a nação", disse Paulson. O Tesouro divulgou que continua desenvolvendo um programa de aquisição de ativos atrelados a hipotecas por meio de leilões e que divulgará mais detalhes nas próximas semanas. O órgão também anunciou que está trabalhando em outro programa para auxiliar empresas em dificuldades. Paulson também permitiu, em caráter extraordinário, que a Corporação Federal de Seguro de Depósito (FDIC, na sigla em inglês) garanta temporariamente as dívidas privilegiadas - que têm prioridade de pagamento - de todas as instituições cobertas pela FDIC, assim como contas bancárias que não rendem juros. "As ações tomadas hoje são um passo poderoso em direção à restauração da saúde do sistema financeiro mundial", disseram Paulson, o presidente do Federal Reserve, Ben Bernanke, e a presidente da FDIC, Sheila Bair, em um comunicado conjunto. As informações são da Dow Jones. 'Autoridades não vão descansar', diz Bernanke O Federal Reserve informou que a partir do dia 27 seu programa de linha de financiamento de commercial paper vai financiar compras desses títulos com vencimento em três meses de emissores de alta qualidade. As compras vão durar até 30 de abril do ano que vem, a menos que o programa seja estendido. De acordo com o presidente do BC norte-americano, Ben Bernanke, as medidas tomadas em conjunto pelo Fed, Departamento do Tesouro e pela Federal Deposit Insurance Corp (FDIC) vão ajudar os mercados financeiros a superar a crise atual. Ele disse também que as autoridades "não vão descansar" até que a estabilidade seja restaurada. "Os norte-americanos podem acreditar que todos os recursos serão utilizados: entendimento histórico, expertise técnico, análise econômica e liderança política", disse Bernanke em comunicado. (com Marcílio Souza, da Agência Estado)

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