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EUA apóiam, com reserva, mudanças no FMI

Por LESLEY WROUGHTON
Atualização:

Os Estados Unidos expressaram reservas nesta sexta-feira à reforma proposta para redistribuir o poder de voto dos países no Fundo Monetário Internacional (FMI), mas disse que a apoiaria por significar progresso. "Embora a proposta não seja tão ambiciosa quanto gostaríamos, os EUA a apóiam como um passo na direção correta", afirmou à Reuters uma autoridade do Tesouro norte-americano. "Nós temos nossas reservas, mas consultamos um número de países, particularmente os emergentes que são mal representados, e, dado seu apoio, nós decidimos que é melhor para a instituição seguir agora com esse passo." O conselho do FMI deve recomendar uma revisão nos poderes de voto de seus membros ainda nesta sexta-feira. As mudanças propostas receberam o apoio de grandes economias emergentes como China, Índia, Coréia do Sul e Brasil, que ganharão poder de voto de acordo com uma nova fórmula para calcular as chamadas cotas. Outros países, como Egito, Arábia Saudita e Rússia, devem se abster da votação desta sexta-feira porque as mudanças reduzem seu poder de voto, com ganho para pequenas nações européias como Luxemburgo. Em vez de estender as exaustivas negociações, que duraram mais de um ano, a maioria dos países emergentes decidiram aceitar o que terão agora para depois pressionar por mais. "Não estamos contentes com a proposta porque ela esta aquém do que esperávamos, ansiávamos e buscávamos", disse o diretor-executivo da Índia para o FMI, Adarsh Kishore, à Reuters. "Tínhamos duas escolhas: algum avanço ou nenhuma mudança." Segundo Kishore, foi aceita uma importante demanda das economias emergentes --de que a nova fórmula de cálculo leve em conta o peso econômico em termos de paridade de poder de compra, e não apenas de taxas de câmbio. Mesmo assim, Kishore reconheceu que as mudanças não são suficientes para restaurar a legitimidade do Fundo. O conselho de diretores do FMI, constituído por ministros financeiros e chefes de bancos centrais dos 185 países membros do Fundo, vai votar as mudanças após a reunião de 11 e 12 de abril do FMI, em Washington.

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