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EUA arrastam disputa sobre subsídio de algodão na OMC

Por AE
Atualização:

Em pleno processo de definição dos candidatos às eleições americanas, a Casa Branca tenta convencer os Estados do Sul de que o Partido Republicano não abandonará os produtores de algodão. Ontem, Washington recorreu da decisão da Organização Mundial do Comércio (OMC), que, a pedido do Brasil, condenou os subsídios ilegais. Com isso, os Estados Unidos conseguem pelo menos duas coisas: dão um sinal político em apoio aos produtores e ainda arrastam a disputa com o Brasil por mais alguns meses. Uma reunião estava marcada para amanhã em Genebra para adotar a condenação, o que abriria caminho para que o Brasil pudesse pensar em retaliar os Estados Unidos. Mas, com a apelação, o encontro foi cancelado. A guerra entre os dois países já dura cinco anos, sem nenhum resultado concreto na redução dos subsídios, apesar das inúmeras derrotas dos americanos. O Brasil se queixava em 2003 de que os subsídios agrícolas dos Estados Unidos estavam prejudicando os produtores de algodão. Distribuindo volumes bilionários, os americanos acabavam distorcendo os preços internacionais do produto, ferindo a competitividade e deprimindo os preços do algodão em vários mercados. O Itamaraty entrou com um processo na OMC e a entidade acabou acatando a posição do Brasil, exigindo que os americanos reformassem seus programas de ajuda. Dois anos depois, Washington não fez as modificações e continua dando os subsídios ilegais. Segundo o Brasil, US$ 12,5 bilhões foram dados ao setor desde 1999, o que explicaria a competitividade das exportações americanas. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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