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EUA bloqueiam na OMC pedido do Brasil sobre algodão

Por Agencia Estado
Atualização:

Como previsto, os Estados Unidos bloquearam hoje um pedido do Brasil para a criação de um painel (comitê de arbitragem) na Organização Mundial do Comércio (OMC). O Brasil havia pedido a intervenção da entidade para julgar os subsídios dados pelos norte-americanos aos produtores de algodão. Com a recusa dos EUA em aceitar uma arbitragem, o Itamaraty terá que reapresentar o caso em duas semanas. Durante a reunião de hoje da entidade, o que chamou a atenção dos participantes foi os dados levados pelo Brasil sobre os efeitos dos subsídios norte-americanos. O embaixador do País na OMC, Luiz Felipe Seixas Correa, disse que a ajuda dos EUA aos produtores de algodão chega a US$ 4 bilhões, enquanto a produção do país tem uma renda de apenas US$ 3 bilhões. Segundo o Brasil, o custo de produção do algodão nos Estados Unidos é o mais alto do mundo e, mesmo assim, os norte-americanos conseguiram aumentar a participação no mercado internacional nos últimos anos. Em 1998, o algodão dos EUA representava 25% do mercado mundial. Hoje, representa 38%, o maior exportador do mundo. Para o Itamaraty, esse aumento somente pode ser explicado pelos subsídios. O Brasil informou à OMC que a política norte-americana prejudica o País em vários aspectos, já que impossibilita a concorrência leal entre o algodão dos Estados Unidos e o brasileiro no mercado internacional. "Desde 1999, o Brasil estima que os efeitos (da política norte-americana) custaram ao Brasil e aos produtores milhões de dólares", afirmou Seixas Correa, que disse à OMC que entre as conseqüências negativas dos subsídios estão a queda na renda dos agricultores brasileiros, a deterioração da balança comercial e a diminuição dos empregos na zona rural. Para o governo, os subsídios nos Estados Unidos continuarão provocando queda na plantação e exportação do Brasil. Segundo a Farm Bill - a lei agrícola norte-americana -, os fazendeiros continuarão a receber os subsídios até 2007.

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