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EUA congelam juros para evitar execução de hipotecas

Por Renato Martins e da Agência Estado
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O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, anunciou nesta quinta-feira, 6, uma série de medidas para evitar que continue a crescer o número de execuções de hipotecas. O discurso em que o plano foi anunciado foi sobretudo político, sem a apresentação de detalhes. Algumas propostas são acordos voluntários entre provedores de créditos; outras envolverão órgãos do governo. Bush disse que as execuções hipotecárias são uma "carga terrível" para as famílias e que o crescimento do número de casos "teria um impacto negativo na economia". Ele salientou que o governo dos EUA não vai ajudar "provedores de crédito ou especuladores". Segundo Bush, seu plano vai incluir a exigência de que bancos e financeiras apresentem informações mais detalhadas aos candidatos a empréstimos para financiamentos imobiliários. O presidente dos EUA também criticou o Legislativo. "O Congresso não me enviou um único projeto de lei para ajudar os proprietários de imóveis", afirmou. Ele também exortou o Congresso a aprovar o código tributário dos EUA de modo a ajudar mutuários que obtenham ajuda a evitar a exigência de pagar mais Imposto de renda. Juros congelados O secretário do Departamento Urbano e de Moradia dos EUA, Alphonso Jackson, que se uniu ao secretário do Tesouro americano, Henri Paulson, na entrevista à imprensa esta tarde, juntamente com representantes do setor de hipotecas e conselheiros de consumidores, confirmou o congelamento das taxas de juros por cinco anos para alguns mutuários do segmento de crédito subprime (alto risco). "Ao congelar as atuais taxas de juro por cinco anos, o setor mais uma vez adotou uma ação decisiva, que será uma boa notícia para centenas de milhares de proprietários de residências norte-americanas", disse Jackson em texto preparado. Ele afirmou que já há resultados das iniciativas do governo e do setor. Paulson anunciou novas diretrizes aos investidores e serviços de hipotecas destinadas a acelerar o refinanciamento ou reestruturar as hipotecas dos mutuários em dificuldades. Paulson disse que os procedimentos acelerados, que fazem parte do pacote de governo e das medidas do setor destinados a limitar a ampliação da crise das hipotecas, podem ajudar até 1,2 milhão de mutuários de hipotecas de segunda linha (subprime) a conseguirem uma via rápida para a renegociação. Estimados 1,8 milhão de mutuários de subprime devem renegociar as hipotecas nos próximos dois anos e Paulson disse que o atual sistema para refinanciamento e reestruturação de crédito é insuficiente para lidar com o problema. As iniciativas anunciadas hoje "não são uma bala de prata", disse Paulson. "Enfrentamos um problema difícil para o qual não há solução perfeita".

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