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EUA dão nova ajuda a mutuários

Plano lançado ontem prevê que prestações não podem passar de 38% da renda do devedor

Por Agências Internacionais e Washington
Atualização:

Os Estados Unidos anunciaram ontem um novo programa de ajuda aos mutuários com dificuldades para pagar as hipotecas. A parte central do plano prevê a redução do valor das prestações mensais, de forma a conter a onda de execuções, que está na raiz da crise financeira que engolfou o mundo. O esforço terá como alvo certos empréstimos das agências Fannie Mae e Freddie Mac que já estão vencidos e tem o intuito de reduzir a relação entre a dívida das famílias e a renda desses mutuários para 38%. "O programa complementa um plano já existente para atenuar a situação dos mutuários", disse o presidente da Agência Federal de Financiamento de Residências (FHFA, na sigla em inglês), James Lockhart. A Fannie Mae e a Freddie Mac possuem aproximadamente 50% dos empréstimos de residências nos EUA. Por isso, a expectativa é de que as medidas atinjam milhões de proprietários com problemas. Lockhart informou que os tomadores de empréstimos aptos ao novo programa podem ter uma redução das taxas cobradas em suas hipotecas, um aumento do prazo para pagamento de seus empréstimos ou a redução do capital total devido. Segundo ele, estão aptos a se beneficiar do plano proprietários cujas prestações estejam em atraso por mais de 90 dias. O programa de ontem é o último de uma série de medidas que os críticos dizem ter sido ineficientes para frear uma taxa recorde de execuções e, por conseqüência, uma brusca redução nos preços dos imóveis. Um estudo recente divulgado pela Moody?s Economy estimou que 7,3 milhões de mutuários poderiam ficar inadimplentes entre 2008 e 2010 e 4,3 milhões deles poderiam perder suas casas. Em parte, o programa anunciado ontem foi concebido pelo Hope Now (Esperança Agora), grupo criado pelo secretário do Tesouro americano, Henry Paulson, no ano passado com objetivo de ajudar os devedores e, assim, mantê-los em suas casas. O Hope Now pediu às instituições financeiras que tornem mais flexíveis os termos dos empréstimos. No entanto, alguns esforços voluntários das empresas não foram suficientes para frear o ritmo crescente de execuções. "Essa idéia de levar as companhias hipotecárias à mesa com leves pressões políticas e a esperança de que ajudem aos proprietários não funcionou e a esperança é de que o programa de hoje (ontem) vá além disso", afirmou John Taylor, que integra a Coalização Nacional de Reinvestimento da Comunidade, entidade que advoga em favor dos mutuários em dificuldades. Os representantes da Fannie Mae e Freddie Mac esperam que as medidas anunciadas ontem contribuam para que outras empresas emprestadoras encontrem soluções para resolver os problemas dos devedores.

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