Publicidade

EUA debatem condições de plano de ajuda para montadoras

Por THOMAS FERRARO E JOHN CRAWLEY
Atualização:

Os congressistas democratas e a Casa Branca se esforçaram neste sábado para fixar os termos dos empréstimos de até 17 bilhões de dólares para montadoras de veículos do país. Os recursos serão disponibilizados apenas se as empresas provarem que poderão competir e se reestruturar, disseram funcionários de alto escalão do governo norte-americano. A porta-voz da Casa Branca Dana Perino disse a repórteres que a ajuda só será estudada para empresas "desejosas de tomar decisões difíceis no âmbito de seu negócio para se tornarem viáveis e competitivas" e nos casos em que possa ser garantida forte proteção ao contribuinte. Ela acrescentou que as discussões entre a Casa Banca e líderes dos dois partidos no Congresso tinham sido "construtivas". A ajuda planejada tem como objetivo impedir o colapso potencial de uma ou mais empresas. O governo Bush e os congressistas democratas concordaram na noite de sexta-feira sobre o tamanho do resgate planejado -- de 15 bilhões a 17 bilhões de dólares -- e sobre uma fonte para os recursos -- um programa de empréstimos do Departamento de Energia aprovado em setembro para ajudar a fabricar veículos que consumam menos combustível. A questão da fonte dos recursos era o principal entrave até o momento no debate sobre o plano de resgate iniciado depois que as empresas fracassaram em sua primeira tentativa de obter ajuda do governo, em novembro. Esta semana as montadoras foram ao Congresso pedir ajuda de 34 bilhões de dólares. A General Motors e a Chrysler pediram ajuda de emergência para evitar uma possível falência. O presidente-executivo da Chrysler, Bob Nardelli, disse a um comitê do Congresso na sexta-feira que a empresa precisa de 4 bilhões de dólares para sobreviver até março. O presidente-executivo da GM, Rick Wagoner, afirmou precisar de 10 bilhões de dólares para o mesmo período de tempo. A Ford quer uma linha de crédito de 9 bilhões de dólares que somente seria acessada se suas finanças se deteriorarem mais do que o previsto em 2009. A Chrysler também busca mais dinheiro para operações em 2009 e a GM também quer uma linha de crédito. Os congressistas da Câmara dos Representantes e do Senado esperam apresentar uma proposta para as duas Casas para debate formal e votação na próxima semana. "Nada está decidido até que tudo seja decidido", disse um assessor parlamentar ao descrever o que outras pessoas a par da indústria e da política antevêem como discussões difíceis sobre a estruturação de um plano de ajuda. As possíveis condições se concentram na limitação de compensação para os executivos, imposição de estritos termos de pagamento dos empréstimos e proteções para o investimento dos contribuintes, as quais poderiam incluir uma fatia nos ativos de empresas reestruturadas, disseram congressistas. Também é possível, disseram parlamentares e assessores, determinar agora uma quantia muito limitada de ajuda e estabelecer as bases para o próximo Congresso e o governo do presidente Barack Obama fixarem um pacote mais amplo no ano que vem. O avanço nas discussões do programa de ajuda foi facilitado pela divulgação dos dados de emprego dos EUA, liberados na sexta-feira. Os números mostraram que o país eliminou 533 mil postos de trabalho em novembro, a maior queda mensal em 34 anos.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.