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EUA defendem abertura dos mercados para salvar Doha

Líderes americanos afirmaram que o governo de Washington está comprometido a prosseguir com o diálogo da Rodada

Por Agencia Estado
Atualização:

A representante de Comércio dos Estados Unidos, Susan Schwab (cujo cargo equivale ao de ministra do Comércio), e o secretário de Agricultura americano, Mike Johanns, opinaram nesta quinta-feira que a única forma de salvar a Rodada de Doha é a abertura de acesso aos mercados. "Esta é uma rodada de desenvolvimento. A única maneira de conseguir progresso econômico e aliviar a pobreza em países em desenvolvimento é gerando comércio. E para gerar comércio, é necessário abrir o acesso aos mercados", argumentou Schwab, na reunião ministerial com o Grupo de Cairns, formado por países exportadores agrícolas, em Cairns, cidade do nordeste da Austrália. O Grupo de Cairns quer que os EUA reduzam os subsídios a seus produtores agrícolas e que a União Européia diminua suas barreiras comerciais. Johanns informou que, na próxima terça-feira, quando o comissário europeu de Comércio, Peter Mandelson, visitar Washington, vai pedir que a Europa elimine as suas proteções, subsídios às exportações e tarifas. Schwab, por sua vez, prometeu recomendar a Mandelson que ouça os conselhos de "organizações que promovem o progresso dos países em desenvolvimento, como o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional, segundo os quais a forma de conseguir desenvolvimento é abrir o acesso aos mercados". Os representantes americanos garantiram que Washington está completamente comprometido com a Rodada de Doha, apesar de as negociações sobre a liberalização do comércio internacional na Organização Mundial do Comércio (OMC), atualmente estarem estagnadas. Segundo Johanns, os EUA estão dispostos a fazer reformas e a reduzir em 60% seus subsídios à agricultura. "Estamos oferecendo passar dos US$ 19 bilhões para US$ 7,6 bilhões, uma redução de 60%", disse. A oferta, porém, dependeria dos progressos na Rodada de Doha, pela fórmula "dólar por dólar" defendida pelos EUA. O Governo reduziria um dólar em subsídios para cada dólar obtido na abertura de mercados para seus produtos. Os delegados americanos admitiram que a agenda é muito densa e que falta tempo, porque em meados do próximo ano acaba a permissão dada pelo Congresso americano ao Governo para negociar acordos comerciais. Schwab admitiu a possibilidade de o Legislativo prorrogar o prazo se surgir "uma boa proposta". "Mas não chegaremos ao ´sim´ enquanto todo mundo insistir em dizer ´não´", ressaltou. O Grupo de Cairns é formado por Argentina, Austrália, Bolívia, Brasil, Canadá, Chile, Colômbia, Costa Rica, Filipinas, Guatemala, Indonésia, Malásia, Nova Zelândia, Paquistão, Paraguai, África do Sul, Tailândia e Uruguai.

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