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EUA defendem tratamento diferente para países pequenos na Alca

Por Agencia Estado
Atualização:

O secretário-adjunto de comércio dos Estados Unidos, Willianm Lash, justificou a proposta de liberalização tarifária diferenciada que os EUA fizeram em sua oferta inicial para a Área de Livre Comércio das Américas (Alca), no último dia 15. Segundo ele, a diferença se deve ao fato de as economias menores terem "necessidades especiais" que precisam ser acomodadas na negociação. Ele disse que a Organização Mundial do Comércio (OMC) prevê tratamento diferenciado aos países menores nos acordos comerciais. A diferença das propostas feitas por Estados Unidos a Caribe, Pacto Andino, América Central e Mercosul foi um dos aspectos da oferta norte-americana que mais desagradou ao Brasil. "Não podemos tratar todos da mesma forma. Nossa proposta teve como alvo os países ", justificou o secretário. Para se ter uma idéia da razão do descontentamento brasileiro, Washington propôs liberalizar por completo 91% dos produtos industrializados e 85% dos agrícolas importados do Caricom. No caso do Pacto Andino, foram 61% para bens e 64% para a agricultura. Os países da América Central teriam 66% dos industrializados e 68% de seus produtos agrícolas exportados aos EUA livre de tarifas imediatamente. O Mercosul ficou com os piores percentuais. Pela proposta, o bloco teria 58% dos bens e 50% dos produtos agrícolas livres de tarifa. Apesar de o Mercosul ter dois países que podem ser considerados economias de menor porte, Paraguai e Uruguai, Lash disse que "as necessidades especiais" desses dois países não foram consideradas na proposta final porque ambos estão ligados a economias de porte - Brasil e Argentina. Em relação à reclamação feita pelo Representante Comercial dos Estados Unidos, Robert Zoellick, de que a oferta tarifária do Brasil para a Alca era muito tímida, Lash argumentou que não se tratava de uma crítica relativa ao número de setores ofertados, mas ao grau da abertura. "Os Estados Unidos ofereceram liberalizar 65% das importações de bens no total da Alca. O Mercosul, apenas um terço disso", afirmou.

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