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EUA esperam melhor oferta do Mercosul para Alca

Por Agencia Estado
Atualização:

O representante da Casa Branca para temas comerciais, Robert Zoellick, deixou claro ao governo brasileiro neste fim de semana que a proposta do Mercosul para a Área de Livre Comércio das Américas (Alca) ainda é "modesta" e que os Estados Unidos esperam que o bloco melhore sua oferta até junho. O Mercosul está entregando à secretaria da Alca, no Panamá, uma proposta que oferece a liberalização média do mercado do bloco de 36% do volume do comércio com o hemisfério americano ao final de dez anos. Entre hoje e amanhã, o governo brasileiro deverá anunciar oficialmente a proposta, mas o representante da Casa Branca e o chanceler Celso Amorim aproveitaram a reunião de ministros da Organização Mundial do Comércio (OMC), em Tóquio, para debater o tema. A proposta do Mercosul indica que 34% do comércio de bens industriais poderiam ser liberalizados. No setor agrícola, a oferta é de 38%, segundo informou o ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, que também estava na capital japonesa para a reunião da OMC. Diante da oferta do bloco, Zoellick disse esperar que até junho o Mercosul possa aperfeiçoar sua proposta para a Alca e ampliar o volume do comércio que seria liberalizado. Até meados do ano, os 34 países que negociam a criação do bloco comercial deveriam apresentar uma segunda versão de suas ofertas. O governo brasileiro não esconde que poderia oferecer uma maior abertura na Alca, principalmente no setor agrícola no qual o País é um dos mais competitivos do mundo. O problema, porém, são os demais parceiros do Brasil no Mercosul, que não teriam como sustentar uma abertura ainda maior de suas economias. Além disso, o Itamaraty acredita que a proposta está adequada ao atual estágio das negociações. Há poucos dias, os Estados Unidos fizeram sua oferta de liberalização para a Alca, que foi classificada pela Casa Branca como "ambiciosa". Mas especialistas brasileiros apontaram que temas como subsídios para a agricultura não estão na proposta. O Brasil se queixa de que são os subsídios e as barreiras técnicas, e não as tarifas, que impedem a entrada de produtos nacionais no mercado norte-americano. Assessores da Casa Branca, porém, alertam que o Brasil não deve esperar que o tema de subsídios seja tratado regionalmente. Para Washington, o apoio à agricultura será um tema de negociações apenas na OMC.

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