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EUA não vão abrir mercado de etanol, diz embaixador

Por JAMIL CHADE
Atualização:

O governo dos Estados Unidos não dá qualquer sinal de que esteja disposto a abrir seu mercado de etanol. Hoje, o embaixador norte-americano para a Organização Mundial do Comércio (OMC), Peter Allgeier, reconheceu que a conversão do milho e da soja em etanol está contribuindo para a elevação dos preços dos alimentos no mundo. Mas evitou falar em uma revisão das barreiras. A OMC concluiu hoje sua avaliação da política comercial norte-americana, sabatina que ocorre a cada dois anos. Para Allgeier, há de fato uma relação entre a produção de etanol nos Estados Unidos e a alta de preços dos alimentos. Mas ele alertou para outros fatores que teriam um impacto maior sobre os preços que o etanol. Entre eles estariam o preço do petróleo, maior demanda por alimentos e más colheitas diante da seca em alguns países. "Os Estados Unidos buscam políticas com a meta de garantir o fornecimento abundante, seguro e a preços baixos de energia e de alimentos", afirmou Allgeier, que já foi o negociador norte-americano para a Alca (sigla do bloco econômico Área de Livre Comércio das Américas). O Brasil e outros países aproveitaram a sabatina na OMC com os norte-americanos para atacar os subsídios ao etanol e as medidas protecionistas. O Itamaraty pediu ainda a queda das barreiras alfandegárias. Porém, o governo de Washington apenas se limitou a dizer que está "investindo significativamente no desenvolvimento de uma próxima geração de biocombustíveis que irão promover ao mesmo tempo a segurança alimentar e a diversificação energética". Os norte-americanos ainda garantiram que sua nova lei agrícola, aprovada pelo Congresso dos EUA e que perpetua as distorções no mercado de alimentos, poderá ser modificada caso haja um acordo na Rodada Doha da OMC que limite os subsídios. Vários países atacaram os subsídios e fizeram um alerta para uma correção nessas distorções. Ontem, o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, disse que a política dos Estados Unidos para o etanol é errada, energeticamente ineficiente e economicamente desorientada. Em Nova York, o executivo ponderou que o mercado mundial poderia fornecer uma parcela crescente de etanol aos EUA se o país tirasse a barreira tarifária nas importações do produto.

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