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EUA pedem à China política comercial mais aberta

Por CLARISSA MANGUEIRA
Atualização:

O secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Timothy Geithner, pediu que a China crie uma política comercial mais justa e aberta e que desenvolva "condições de concorrência equitativas" para investimentos estrangeiros, incluindo o das empresas norte-americanas. Geithner e a secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, estão liderando uma das maiores delegações da história do país na China, com cerca de 200 autoridades e inúmeros chefes de agência e membros do governo. A visita faz parte da sessão anual do Diálogo Econômico e Estratégico com o país."Nossos interesses comuns residem em uma economia mundial mais forte e mais resistente, onde o crescimento é mais equilibrado, tanto dentro como entre as nações", disse Geithner, em comentário preparado para abrir a cúpula de dois dias no Grande Palácio do Povo, em Pequim. O secretário do Tesouro disse que, enquanto os EUA reformam sua economia a fim de promover a poupança e o investimento, a China deveria reformar seu modelo de crescimento, para promover a demanda doméstica e o consumo.Embora o secretário do Tesouro norte-americano não tenha mencionado a taxa de câmbio chinesa na abertura das conversações, ele disse que a China deveria permitir que sua taxa de câmbio refletisse as forças do mercado. Geithner aprovou o reconhecimento do país de que a reforma do regime da taxa de câmbio é uma parte importante de sua ampla agenda de reformas."Permitir que a taxa de câmbio reflita as forças do mercado é importante não apenas para dar à China a flexibilidade necessária para sustentar o crescimento econômico com baixa inflação, mas também para reforçar os incentivos para o setor privado chinês, a fim de transferir recursos para atividades mais produtivas de maior valor agregado, o que será importante para o crescimento no futuro", destacou Geithner.Comércio globalAconselhado pela indústria dos EUA a procurar tirar proveito de uma das maiores economias e de maior crescimento no mundo, o secretário do Tesouro norte-americano pressionou Pequim a cultivar um ambiente favorável para o investimento estrangeiro. Ele afirmou que "apoiar um sistema de comércio global mais aberto, com um equilíbrio justo entre os benefícios e as responsabilidades, e no qual os países sejam capazes de competir em igualdade de condições" é do interesse de ambos os países.Ele desafiou a China, particularmente, no que diz respeito ao tratamento preferencial aos produtos nacionais e apelou ao país para que reforce as suas leis de propriedade intelectual. "Inovação é a chave para um futuro mais próspero, e a inovação floresce melhor quando os mercados estão abertos, a concorrência é leal e quando há uma forte proteção para ideias e invenções", ressaltou o secretário do Tesouro.Geithner afirmou ainda que as duas nações deveriam trabalhar para fortalecer as instituições globais, tais como o G-20 (grupo que reúne as 20 maiores economias do mundo), as equipando "com ferramentas e governança certas a fim de enfrentar os desafios globais, como a mudança climática, o desenvolvimento e estabilidade financeira". A China quer que os EUA use sua influência para dar ao país maior alavancagem em instituições como o G-20 e o Fundo Monetário Internacional (FMI).As autoridades norte-americanas também disseram que também buscam tranquilizar a China de que os governos ocidentais são capazes de conter a crise financeira europeia e reduzir o endividamento e déficits orçamentários que ameaçam minar a recuperação global. A China é o maior detentor de títulos de dívida do governo norte-americano e um grande exportador para os EUA e a Europa. As informações são da Dow Jones.

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