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EUA pedem bloqueio de uma das aquisições do JBS

Por DIANE BARTZ
Atualização:

O Departamento de Justiça dos Estados Unidos pediu o bloqueio da compra da empresa National Beef pela JBS, mas não se opôs à aquisição da Smithfield Beef Group pela companhia brasileira. O órgão do governo norte-americano informou que a aprovação das duas aquisições levaria o JBS a controlar cerca de 35 por cento dos abates de bovinos nos EUA e seria prejudicial ao setor de food service e ao consumidor, que acabaria pagando mais pela carne. O Departamento de Justiça entrou com uma ação na corte distrital de Chicago pedindo a não aprovação da compra da National Beef, contando com o apoio das promotorias de 13 Estados norte-americanos. "A combinação da JBS com a National provavelmente levaria varejistas, empresas de food service e consequentemente os consumidores americanos a pagar mais pela carne bovina", afirmou Thomas O. Barnett, procurador na divisão antitruste do Departamento de Justiça. "Ela também reduziria a competição entre os processadores de carne na compra de animais, fator crítico para garantir bons preços para milhares de criadores e confinadores do país", acrescentou Barnett no comunicado. O JBS, maior processador mundial de carne bovina, anunciou em março, de forma conjunta, que havia fechado a compra de três processadoras de carne bovina, duas nos EUA e uma na Austrália, por aproximadamente 1,2 bilhão de dólares. Além da National Beef e da Smithfield, a empresa brasileira anunciou na época a compra da australiana Tasman, aquisição esta já aprovada pelo órgão regulador da Austrália. O JBS já administra nos EUA a Swift, sua primeira investida no mercado norte-americano. A National Beef é a quarta maior processadora dos EUA e a Smithfield, a quinta. No comunicado, o Departamento de Justiça disse ainda que as aquisições propostas pela companhia brasileira, se aprovadas, concentrariam praticamente 80 por cento do mercado de processamento de carne bovina nos EUA nas mãos de apenas três empresas: JBS, Cargill e Tyson Foods. A National Beef disse que vai brigar contra a decisão do governo. "Essa transação vai trazer um valor tremendo para nossos clientes e outros acionistas através da economia de custos", disse John R. Miller, diretor-executivo da empresa, em um comunicado. Bill Bullard, que representa uma associação de criadores e confinadores nos Estados Unidos, a R-Calf, elogiou a decisão do órgão norte-americano. "Achamos que o Departamento de Justiça e os Estados envolvidos têm em mãos um processo sólido e estamos satisfeitos de eles terem tomado essa atitude para proteger a indústria da carne dos EUA", afirmou. Por outro lado, as ações da Smithfield nos EUA subiram com a não objeção pelo departamento da venda da empresa ao JBS. Procurada, a companhia brasileira informou que iria se manifestar posteriormente sobre a decisão do governo dos EUA. (Reportagem adicional de Roberto Samora, em São Paulo)

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