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EUA pedem para Argentina dizer a verdade

Por Agencia Estado
Atualização:

O secretário do Tesouro, Paul O?Neill, pediu nesta terça-feira ao ministro das Relações Exteriores da Argentina, Carlos Ruckauf, para que o governo argentino não repita o equívoco do ex-ministro da Economia, Domingo Cavalo, de pintar um quadro mais favorável sobre as perspectivas econômicas do que a realidade recomenda e, em lugar disso, assumir e enfrentar a conjuntura desfavorável com que precisam lidar para tirar a Argentina da crise. Segundo fontes argentinas, o secretário do Tesouro, que comandou nos últimos meses a estratégica de distanciamento de Washington em relação à Buenos Aires, teria dito Ruckauf que o governo argentino deve ?ser honesto consigo próprio e dizer a verdade?, embutindo no programa econômico premissas realistas, por mais penosas que sejam. Funcionários argentinos adiantaram que o plano econômico deve partir de uma previsão de contração de até 6% do PIB este ano. Segundo as mesmas fontes, O?Neill disse que ficou sensibilizado com as cenas de violências nas ruas em Buenos Aires, que viu na televisão, e acenou com a disposição dos EUA de apoiar um ?plano econômico razoável, com chances de sucesso?. Mas insistiu que o governo Duhalde execute as políticas de pesificação dos ativos e passivos do setor bancários de uma forma equilibrada e que proteja os interesses dos investidores. Nas últimas semanas, o governo de Buenos Aires ouviu conselhos idênticos da Espanha e da Itália, cujos bancos tem uma presença mais importante na Argentina do que os dos Estados Unidos. Ruckauf, que se encontrou também com o secretário de Estado, Colin Powell, retornou a Buenos Aires hoje mesmo otimista e convencido de que a visita de dois dias a Washington abriu o caminho para um entendimento sobre o apoio do governo Bush e da comunidade financeira internacional a um plano que tire a Argentina da crise e recoloque o país no rumo do crescimento. O ministro da Economia, Jorge Remes Lenicov, deverá ir a Washington nas próximas duas semanas para negociar o acordo, cujas bases devem ser assentadas durante a visita que o representante do FMI inicia nesta quarta-feira à Argentina. Leia o especial

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