Publicidade

EUA perdem liderança em competitividade para a Suíça, diz pesquisa

Fatores como desequilíbrio nas contas públicas e falhas no sistema financeiro foram avaliados.

Por Fabrícia Peixoto
Atualização:

Desequilíbrio nas contas públicas e falhas no sistema financeiro fizeram os Estados Unidos perderem a liderança no Relatório de Competividade Global 2009, divulgado nesta terça-feira. A pesquisa realizada pelo Fórum Econômico Mundial, em parceria com a Fundação Dom Cabral, traz a Suíça ligeiramente à frente da economia americana. Neste ano, 133 economias foram avaliadas. Apesar de os Estados Unidos ainda serem considerados um dos países mais competitivos do mundo, o país vem perdendo pontos em alguns quesitos. O relatório mostra que a principal fraqueza da economia americana é o desequilíbrio macroeconômico, sobretudo em função do déficit nas contas públicas. Nesse pilar, os Estados Unidos caíram 27 pontos, para a 93ª posição. A pesquisa aponta para uma "crescente preocupação" com relação aos setores diretamente envolvidos na crise financeira. No item que trata da solvência dos bancos, por exemplo, os Estados Unidos caíram do 40º lugar no ranking para a 106ª posição, em apenas um ano. No que diz respeito à sofisticação do mercado financeiro, um dos doze pilares analisados pelo relatório, os Estados Unidos saíram do 9º lugar para o 20º lugar. Crise Esses resultados não são apenas reflexo da crise financeira internacional. De acordo com os pesquisadores, os Estados Unidos já vinham demonstrando certas "fraquezas" mesmo antes do agravamento da turbulência. "Alguns observadores apontam essas fraquezas como as causas da crise atual", diz o estudo. Apesar da crise, os Estados Unidos mantiveram-se no topo da lista em alguns quesitos, como em inovação (1º lugar), mercado de trabalho (3º lugar) e investimentos em pesquisa e desenvolvimento (5º lugar). Segundo o relatório, a pontuação da Suíça manteve-se estável em relação ao ano anterior, mas foi o suficiente para tomar a liderança. O professor da Fundação Dom Cabral, Carlos Arruda, diz que os dez primeiros do ranking apresentam pontuações "muito próximas" e que, por isso, qualquer "deslize" pode resultar em ultrapassagens. Emergentes Entre os principais países emergentes, o Brasil apresentou o melhor desempenho, subindo oito pontos no ranking e chegando a 56ª colocação. O país, no entanto, ainda aparece atrás de China (29º lugar) e Índia (49º lugar), que subiram um ponto cada. A Rússia obteve o pior resultado, não apenas entre os quatro países, mas também considerando todo o relatório. O país caiu 12 posições, para o 63º lugar. A perda de pontos aparece principalmente em eficiência de governo e no que diz respeito à independência do Judiciário. O relatório diz ainda que os quatro países precisam ainda superar obstáculos, sobretudo na eficiência de suas instituições e em infraestrutura. América Latina Na edição deste ano, o resultado dos países da América Latina mostrou-se variado. Enquanto o Brasil subiu oito pontos, o Chile - considerado o país mais competitivo da região, caiu quatro pontos. O país ainda ocupa uma posição confortável (30ª) em relação aos países vizinhos e é elogiado no relatório por suas qualidades macroeconômicas e pela infraestrutura. Em educação, porém, o país ainda tem o que melhorar, segundo a avaliação dos pesquisadores. O Uruguai também se destacou positivamente, subindo 10 posições no ranking, graças a investimentos em infraestrutura e na formação de mão-de-obra mais qualificada. Já a Venezuela voltou a perder peso em competitividade. O país caiu oito pontos para a 113ª colocação. Em diversos quesitos, o país está entre os piores do mundo, como em eficiência do mercado de trabalho e sofisticação do mercado financeiro. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.