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EUA podem assumir parte do Citigroup

Pela proposta, o governo poderia cobrir perdas em troca de ações

Por Eric Dash e Gretchen Morgenson
Atualização:

Autoridades reguladoras do sistema financeiro americano estudavam ontem um plano de socorro para o Citigroup, um passo que poderia marcar uma terceira fase dos esforços do governo para resgatar o sistema financeiro, segundo pessoas informadas sobre o plano. Segundo a proposta, o governo assumiria perdas do Citigroup se essas perdas excedessem determinados níveis, segundo essas fontes, que falaram na condição que seus nomes não fossem identificados. Se o governo tiver que assumir perdas maiores, ele ficaria com uma participação no Citigroup. O gigante bancário caiu de joelhos depois de assumir perdas em investimentos relacionados a hipotecas. Se for aprovado, o plano poderá servir de modelo para outros bancos, anunciando uma nova etapa do socorro financeiro que o governo dos EUA está promovendo. Num primeiro momento, o Tesouro começou a comprar ativos dos bancos, depois mudou a estratégia e passou a injetar capital nos bancos. Agora, se o plano for aprovado, vai assumir participação acionária nos bancos para resgatá-los. O plano para o Citigroup ainda estava em discussão até o fechamento dessa edição e não estava claro o funcionamento do esquema. Uma questão em aberto é como o Citigroup e o governo determinariam qual é o nível de perdas a partir do qual o governo interviria. Outra questão é se os recursos adicionais para o Citigroup, que já recebeu US$ 25 bilhões no plano inicial de resgate, viriam do plano de socorro aprovado pelo Congresso em outubro ou de outras fontes federais, como o Federal Reserve (o Banco Central dos EUA) ou o Federal Deposit Insurance Corporation. Os reguladores discutiram vários termos do acordo no domingo, incluindo se o governo receberia ações preferenciais ou opções, que são instrumentos que permitem que seu dono tenha o direito de comprar ações. As ações preferenciais trariam mais benefício aos contribuintes, porque o Citigroup pagaria dividendos sobre os papéis. As opções seriam mais atrativas para os acionistas atuais, porque não teriam uma diluição imediata no valor de seu investimento. O Citigroup, que já foi a mais poderosa instituição financeira dos EUA, perdeu metade de seu valor no mercado na semana passada, ao enfrentar uma crise de confiança. Apesar de os executivos do Citigroup garantirem que o banco está em boas condições, os investidores estão preocupados com a possibilidade de suas finanças estarem se deteriorando. Com mais de US$ 2 trilhões de ativos e operações em mais de 100 países, o Citi é tão grande e interconectado que seus problemas poderiam contaminar outras instituições. O Citi é visto, tanto em Washington quanto em Wall Street, como grande demais para quebrar. Apesar disso, os reguladores federais querem recuperar a confiança no banco sem parecer que estão socorrendo seus acionistas. Os executivos do Citigroup procuraram o Federal Reserve e o Tesouro na semana passada enquanto tentavam estabilizar as ações da empresa, que caíram 87% este ano. O plano em discussão é parecido com um esforço orquestrado por reguladores da Suíça para o UBS, outro banco gigante. No mês passado, o BC e o UBS chegaram a um acordo para transferir até US$ 60 bilhões de papéis problemáticos do balanço do UBS para outra instituição. O plano pode envolver um desembolso do UBS de US$ 6 bi em ações. O BC controlaria a nova instituição e emprestaria para ela US$ 54 bilhões.

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