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EUA preparam a criação de um ''banco ruim''

Possível solução para o sistema financeiro anima investidores e bolsas sobem forte no mundo

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Por Redação
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As bolsas de valores globais reagiram ontem com otimismo às especulações de que o governo Barack Obama deve concluir em breve um plano para "salvar" o sistema financeiro dos Estados Unidos. Segundo a rede de notícias americana CNBC, o governo deve criar um "banco ruim" com o objetivo de comprar ativos podres ou de baixa liquidez dos bancos. A iniciativa pode ser anunciada no início da semana que vem. "Ninguém ficou surpreso com o resultado da reunião do Fed (BC dos EUA, que manteve a taxa básica de juros na banda entre 0 e 0,25% ao ano). Mas a proposta do banco ruim foi uma boa notícia", disse o economista-chefe da Oppenheimer, Jerry Webman. O Índice Dow Jones, o mais tradicional da Bolsa de Nova York, subiu 2,46% e a bolsa eletrônica Nasdaq, 3,55%. O Índice da Bolsa de Valores de São Paulo (Ibovespa) avançou 3,95% e o CAC-40 (Paris), 4,1%. A agência de notícias Bloomberg também informou que a Corporação Federal de Seguro de Depósitos (FDIC) seria a responsável por coordenar o projeto. Recentemente, a presidente da FDIC, Sheila Bair, afirmou que uma das ideias em discussão no país seria o uso dos fundos de resgate para capitalizar um banco ruim. Essa instituição poderia, então, levantar recursos por meio da emissão de dívida garantida pelo governo. O banco ruim poderia manter os ativos problemáticos comprados das instituições financeiras, vendê-los ou securitizá-los. Segundo a CNBC, o plano utilizaria um modelo que daria preço aos ativos com base na capacidade de o governo mantê-los, talvez até o vencimento. O governo poderia acabar pagando mais que o preço de mercado, mas receberia ações ordinárias dos bancos, se os ativos fossem comprados por menos que o valor declarado dos bancos. O secretário do Tesouro dos EUA, Timothy Geithner, que teve seu nome aprovado para o cargo na terça-feira, não comentou o assunto. Mas disse que os detalhes sobre um plano para estabilizar o setor financeiro virão em breve. Indagado sobre a possibilidade de nacionalização dos bancos, ele lembrou as virtudes do sistema privado, dizendo que quer "fazer o melhor para preservar esse sistema".

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