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EUA propõem limite de US$ 15 bi em subsídios agrícolas

G20 havia pedido limite de US$ 12 bi; Chanceler Amorim diz que não é suficiente.

Por Márcia Bizzotto
Atualização:

Os Estados Unidos ofereceram reduzir a US$ 15 bilhões o limite para seus subsídios agrícolas, anunciou sua negociadora comercial, Susan Schwab, nesta terça-feira, no segundo dia de negociações sobre a Rodada Doha da Organização Mundial do Comércio (OMC) em Genebra. Com essa oferta, os americanos querem "garantir a conclusão da Rodada Doha em 2008 e em troca de um resultado ambicioso em termos de acesso a mercados em agricultura e em bens industriais", disse Schwab em entrevista coletiva, antes de se reunir com outros cerca de 30 ministros de países da OMC. Ao chegar para a reunião na qual a negociadora americana apresentará a nova cifra, o ministro brasileiro das Relações Exteriores, Celso Amorim, disse que a proposta é "uma boa tentativa, mas não o suficiente". O Itamaraty afirma que o G20 havia pedido um limite de US$ 12 bilhões para os subsídios americanos, e o texto da proposta atual da OMC, que serve de base para as negociações desta semana, acabou estipulando um limite de US$ 13 bilhões. "O Brasil quer que a proposta americana se aproxime o máximo possível do mínimo discutido", disse uma fonte próxima às negociações. "Dados históricos" A última oferta americana, recusada no ano passado pelo G20 - o grupo de países em desenvolvimento liderado pelo Brasil - contemplava limitar essas ajudas a US$ 17 bilhões. Atualmente os Estados Unidos podem distribuir até US$ 48,2 bilhões mas, com o recente aumento no preço das commodities, seus subsídios à produção doméstica estão em cerca de US$ 7 bilhões. Ainda assim, Schwab defende que a nova cifra é "um grande avanço" e proporcionará uma "redução efetiva e significativa", já que os subsídios do país foram mais elevados que US$ 15 bilhões "em sete dos últimos dez anos". "Todos sabemos que o que sobe, baixa. Qualquer um que entenda de mercados agrícolas entenderá a importância da cifra que propomos." Mas o Itamaraty diz que não se convence com "explicações baseadas em dados históricos". Ao mesmo tempo, Schwab alertou que a oferta americana tem um preço: os Estados Unidos pressionarão os países emergentes por uma abertura maior em seu mercado para bens industriais e serviços. "Esperamos ofertas significativas. Eles são as economias que crescem mais rápido hoje no mundo. Todos temos que estar prontos para tomar decisões difíceis", justificou. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

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