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EUA reagem à idéia de incluir Cuba na Alca

Por Agencia Estado
Atualização:

A defesa da inclusão de Cuba na Área de Livre Comércio das Américas (Alca), que o candidato do PT à Presidência, Luiz Inácio Lula da Silva, fez durante seminário em sessão conjunta das comissões de Relações Exteriores da Câmara e do Senado, foi mal recebida em Washington. A declaração foi particularmente notada pelo Departamento de Estado, que tem hoje no comando da política para a América Latina e Caribe um cubano-americano, Otto Reich, que chegou a onde está graças à sua militância no lobby anticastrista da Flórida. Reich fará sua primeira visita ao Brasil, como secretário de Estado-adjunto para a região, na segunda semana de julho. O fim do anacrônico embargo comercial que os Estados Unidos mantêm contra Cuba há mais de quatro décadas tem entre seus defensores próceres republicanos, como os ex-secretários de Estado Henry Kissinger e George Shultz e a Câmara de Comércio do País. A reintegração plena de Cuba no continente foi defendida pelo presidente Fernando Henrique Cardoso, no discurso de encerramento que fez na Segunda Cúpula das Américas, em Santiago do Chile, em 1998. Mas o fato é que, dada a influência que os anticastristas têm hoje na condução da política continenental dos EUA, a afirmação de Lula foi recebida como um gesto hostil e fez acender as luzes de alerta na ultraconservadora administração Bush. Fontes oficiais disseram que a declaração do candidato petista não deve mudar a atitude oficial de Washington de não se envolver no processo eleitoral brasileiro. "Há um forte desejo de refrear qualquer manifestação de preocupação sobre uma eventual eleição de Lula", disse o funcionário. "Vença quem vencer em outubro, queremos ter uma relação boa, positiva e construtiva com o Brasil, porque acreditamos que o Brasil tem muita influência no continente e que, na medida em que o País atue de uma maneira responsável e madura, beneficia a todos." Mas, segundo a fonte, a defesa da inclusão de Cuba feita por Lula reforça a percepção negativa que existe sobre ele entre os investidores. "Veja o que vai acontecer amanhã no mercado", disse o funcionário.

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