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EUA reduzem projeção do consumo mundial de petróleo

Por Nicola Pamplona
Atualização:

A Agência de Informações em Energia do Departamento de Energia do governo norte-americano (EIA/DoE, em inglês) reviu para baixo suas projeções de consumo mundial de petróleo em 2008, devido ao grande risco de retração na economia global. Em relatório divulgado hoje, a entidade diz que o consumo médio de petróleo no mundo deve fechar o ano com um crescimento de 1,4 milhão de barris, ou 200 mil barris a menos do que a projeção feita no mês passado. Tal cenário, diz o relatório, deve provocar redução nas cotações internacionais, que fecharam janeiro acima dos US$ 90 por barril. Segundo o documento, chamado Projeções Energéticas de Curto Prazo, a relação entre oferta e demanda de petróleo este ano deve melhorar, já que, além da queda no ritmo de consumo, espera-se um aumento de produção em torno de 1,5 milhão de barris este ano. "Cerca de 900 mil barris por dia em 2008 virão de países de fora da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo), um pouco acima da previsão do último mês. O Brasil deve contribuir com a maior fatia disso", diz o texto, lembrando que outros países não filiados ao cartel, como Reino Unido e Dinamarca devem apresentar queda de produção. Já os países da Opep devem produzir algo em torno de 600 mil barris por dia a mais em 2008. Os analistas do EIA/DoE, porém, alertam para o risco de uma decisão por corte na produção do cartel na reunião de 5 de março, caso a retração da economia global caminhe para níveis além do esperado atualmente. Na última reunião, realizada em Viena no dia 1º de fevereiro, o cartel votou pela manutenção das cotas de produção. Mas alguns países deixaram o encontro defendendo cortes. Consumo O crescimento do consumo este ano, diz o relatório, será puxado por países de fora da Organização para Cooperação para o Desenvolvimento Econômico (OCDE), como China, Índia, demais países da Ásia e Oriente Médio, que consumirão 1 milhão de barris por dia a mais em 2008. Já entre os países da OCDE, a alta será de 300 mil barris por dia, "refletindo fatores climáticos e demanda crescente por óleo para geração de energia no Japão". Para o EIA, o potencial de queda de preços nesse cenário é "significativo". A instituição trabalha com uma projeção de preço médio para o óleo leve (tipo WTI), negociado em Nova York, de US$ 86 por barril em 2008. Em 2009, o valor deve cair para US$ 82. Em 2007, a cotação média ficou em US$ 72 por barril, mas uma escalada no fim do ano elevou os preços a uma média de US$ 93 em janeiro. Para os analistas do Departamento de Energia, a produção de petróleo mundial vai crescer mais de 4 milhões de barris por dia até o final de 2009, caso não haja atrasos nos projetos nem cortes na Opep.

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