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EUA têm escassez generalizada de mão de obra, indica Livro Bege do Fed

Documento do banco central norte-americano sobre o ambiente econômico do país diz que em seis de 12 regiões falta de trabalhadores restringe vendas ou atrasa projetos

Por Monique Heemann e Victor Rezende
Atualização:

Os Estados Unidos têm escassez generalizada de mão de obra, afirmou o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) em seu Livro Bege nesta quarta-feira, 12. O documento é um sumário com avaliações sobre o ambiente econômico no país e embasa as decisões dos dirigentes da instituição.

Os mercados de trabalho no país foram caracterizados como apertados, com a maioria dos 12 distritos avaliados pelo Fed relatando escassez generalizada de mão de obra. "Enquanto trabalhadores da construção civil, motoristas de caminhão, engenheiros e outros trabalhadores de alta qualificação continuam escassos, vários distritos também notaram a escassez de trabalhadores de baixa qualificação em restaurantes, varejistas e outros setores", apontou o documento.

EUA têm falta de trabalhadores na construção civil Foto: Mike Blake/Reuters - 25/6/2018

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O Fed apontou que o emprego cresceu modestamente ou moderadamente em quase todo o país. Seis dos 12 distritos citaram casos em que a escassez de mão de obra restringia as vendas ou atrasava projetos.

O crescimento salarial também foi considerado modesto ou moderado, "embora alguns distritos citassem aumentos acentuados dos salários dos trabalhadores da construção civil". 

O Livro Bege também pontuou que algumas unidades do banco central indicaram que as empresas estavam usando cada vez mais benefícios, como férias, bônus e horários flexíveis para atrair e reter trabalhadores, além de colocar mais recursos em treinamento. 

Crescimento do país é moderado

A atividade econômica nos Estados Unidos se expandiu a "um ritmo moderado" até o fim de agosto, segundo o Livro Bege, do Fed. 

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O documento informa que os gastos dos consumidores continuaram a crescer a "ritmo modesto" e que, em geral, as empresas mantiveram-se "otimistas" em relação às perspectivas de curto prazo, embora a maioria dos distritos "tenha observado preocupação e incerteza sobre as tensões comerciais - particularmente não apenas entre os fabricantes".

As tarifas contribuíram para o aumento nos custos de insumos, especialmente para a indústria, segundo o Fed. "Em geral, os custos de insumos das empresas aumentaram mais rapidamente do que os preços de venda, embora tenha havido aumento nos esforços para repassar os aumentos de custos aos clientes", informa o Livro Bege. A instituição destaca que alguns distritos observaram aumento nas expectativas de inflação.

O Fed também afirma que os preços de bens e serviços nos EUA continuaram a crescer a um "ritmo modesto a moderado", apesar de que "há alguns sinais de desaceleração".

Investidores apostam em novas altas de juros

O Livro Bege reforçou as expectativas por mais duas altas de juros nos EUA em 2018, aponta ferramenta do CME Group com base nos contratos futuros de Fed funds.

As chances de que os juros americanos cheguem a dezembro na faixa de 2,25% e 2,50% aumentou 1,7 ponto porcentual, passando de 80,1% antes da divulgação do documento para 81,8% agora.

Os investidores ainda apostam que o Fed dará continuidade ao ciclo de elevação de juros no decorrer de 2019, com 75,6% de chance de a taxa de juros subir a 2,50% e 2,75% ou acima desse nível até junho.

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