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Euro renova recorde sobre o dólar

Pela terceira vez na semana, moeda européia atinge valor histórico; ontem, chegou a superar US$ 1,41

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Por Redação
Atualização:

O euro renovou ontem o recorde de alta em relação ao dólar. No início da noite, a moeda européia estava cotada por US$ 1,4093, mas, durante o dia, chegou a superar pela primeira vez US$ 1,41. Segundo analistas, a valorização foi impulsionada pelas expectativas de taxas de juros mais baixas e um menor crescimento econômico nos Estados Unidos. O euro bateu três recordes ante o dólar nesta semana, todos depois que o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) cortou a taxa básica de juros em 0,5 ponto porcentual, para 4,75% ao ano - a maioria dos analistas esperava uma redução de 0,25 ponto. Por isso, dizem analistas, aumentou a expectativa de que o Fed voltará a baixar o juro para evitar que a crise das hipotecas de alto risco tenha efeitos negativos na economia real. Ao mesmo tempo, os mercados esperam que o Banco Central Europeu (BCE) suba o preço do dinheiro na zona do euro, hoje em 4% ao ano, ao menos mais uma vez em 2007. Ou seja, existe uma perspectiva efetiva de uma redução do diferencial entre as taxas de juros de EUA e zona do euro. Analistas do banco alemão Commerzbank previram que a pressão sobre o dólar se manterá, já que se espera que os dados econômicos dos Estados Unidos que serão divulgados na próxima semana mostrem fraqueza no setor imobiliário e uma redução da inflação, o que aumentaria a margem para mais reduções da taxa básica. Embora a maioria dos economistas acredite que as repercussões da valorização do euro sobre a economia real serão limitadas, algumas companhias européias que exportam para os países que utilizam o dólar mostraram preocupação pela cotação atual da moeda européia. "Se nas próximas quatro ou cinco semanas o euro se mantiver neste nível ou mais alto, o setor exportador alemão vai sentir o impacto", disse o presidente da federação de comércio exterior e atacadista alemã, Anton Börner. O secretário do Tesouro americano, Henry Paulson, comentou a alta do euro. Ele disse que o dólar forte interessa aos Estados Unidos, mas observou que quem decide o preço das moedas é o mercado. "Acreditamos que a taxa de câmbio deve ser fixada em um mercado competitivo, que tenha por base os fundamentos econômicos."

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