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Europa e Ásia podem não escapar de desaceleração dos EUA

Por EMILY KAISER
Atualização:

Os investidores globais estão perdendo a esperança de que a economia européia possa escapar de uma recessão nos Estados Unidos, e mesmo a Ásia pode não estar imune. O argumento de que a economia mundial pode "descolar" dos EUA ganhou espaço nos últimos anos, quando o crescimento norte-americano esfriou enquanto a economia global se expandiu 5 por cento. Mas à medida que os mercados prevêem uma recessão nos EUA a crença nessa teoria começa a esmorecer. "O mercado agora começa a mostrar sinais de que está muito mais preocupado com o quadro de gastos na Europa", afirmou Dominic Wilson, analista do Goldman Sachs. "Nossa visão de que os EUA vão entrar em recessão este ano aumenta o risco para o resto do mundo." Consumidores europeus estão receosos por conta do peso de preços mais altos de alimentos e energia. Ao mesmo tempo, um importante índice de demanda global por embarques teve a maior queda diária desde 1985. Nos EUA, o índice de varejo do Standard & Poor's caiu 31 por cento desde meados de junho, depois que investidores concluíram que as famílias vão sofrer com a crise no mercado imobiliário, condições mais apertadas de crédito e custos de alimentos e energia mais altos. A preocupação é de que muitos dos problemas que afligem a economia norte-americana têm similar na Europa. Os preços de moradias sofrem na Grã-Bretanha e na Espanha. Os manufatureiros europeus estão em desvantagem no mercado global porque o dólar fraco torna as exportações norte-americanas mais atrativas. Mesmo com essa vantagem cambial, o setor manufatureiro dos EUA se contraiu em dezembro --outro sinal preocupante para a economia do país e do mundo. ÁSIA PERDE O BRILHO O índice de fretamento subiu quase 150 por cento no ano passado, enquanto investidores apostavam em forte demanda de países emergentes como Índia e China. Embora o crescimento nesses países vá facilmente superar o dos países desenvolvidos este ano, pode não ser tão forte como o esperado. O economista do UBS Andrew Cates afirmou que sua medida de crescimento dos emergentes comparado ao dos países em desenvolvimento ficou estável recentemente. (Reportagem adicional de Stefano Ambrogi e Herb Lash)

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