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Europa mudará política agrícola no futuro, diz ministro finlandês

Por Agencia Estado
Atualização:

O ministro de Comércio Exterior da Finlândia, Jari Vilén, disse hoje no Rio que "está claro que a Política Agrícola Comum da União Européia (UE) precisa mudar e mudará". Para ele, não deve se esperar uma mudança a curto prazo, mas sim a partir de 2005, com grandes medidas efetivas e resultados em 2007. Vilén está chefiando missão econômica de seu país à América do Sul e assumiu o compromisso de levar à reunião no mês que vem em Bruxelas com seus colegas ministros dos demais países da UE, as posições do Brasil e dos outros países sul-americanos sobre o acordo que está em negociação entre Mercosul e Europa. "No Mercosul, esse problema da agricultura é um dos principais. Mas essa discussão já começou na Europa e nós mesmos temos que responder aos compromissos firmados", disse. Vilén afirmou que a Política Agrícola Comum, que fica com cerca de 60% do orçamento da União Européia, "tem que mudar por dois motivos". O primeiro deles é que o bloco está crescendo e dez novos membros estão entrando, então haverá mais dinheiro entrando para a agricultura, disse. O segundo é que a Organização Mundial do Comércio (OMC) também obriga a União Européia a reavaliar sua política em relação à agricultura. "Até para europeus o fato de subsidiar vacas com US$ 2 por dia, enquanto metade da população do mundo vive com menos de US$ 2 por dia, mostra que temos que mudar nossa política para agricultura", disse ele. Vilén informou que está negociando compromissos de longo prazo em várias áreas como a de autorização para trabalho de europeus no Brasil e demais países do Mercosul e vice-versa. "Isso é um assunto complicado em todos os países. O Brasil é um país de sorte porque tem população de jovens, que se interessam por áreas novas. Na União Européia, a população é mais velha". O ministro também quer que o Congresso brasileiro ratifique acordos de proteção de investimentos assinados pelo governo brasileiro com países europeus como Finlândia e Alemanha. O da Finlândia foi assinado em 1995 e aprovado pelo parlamento daquele país em 1996, mas ainda está no Congresso brasileiro. A missão finlandesa vai a São Paulo na quarta-feira e amanhã estará em Brasília onde o ministro Vilén vai visitar o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Sérgio Amaral, e de Comunicações, Pimenta da Veiga. Também vai visitar o Ministério das Relações Exteriores e talvez o ministro de Minas e Energia, Pedro Parente, o que até hoje ainda não estava confirmado. Vilén quer ouvir dos ministros brasileiros quais as áreas de maior dificuldade do ponto de vista do Brasil para fechar o acordo com a União Européia - críticas essas que levará a encontro de ministros em Bruxelas. Com a visita a Argentina, que fará depois, pretende mostrar "o compromisso da União Européia com a Argentina nessa hora de crise". O ministro finlandês está propondo que as empresas brasileiras usem seu país como plataforma para exportar para países da região do Mar Báltico que compunham a antiga União Soviética. "Temos know-how sobre como lidar com a Rússia e podemos ajudar", disse. Vilén disse que "o Brasil é um dos países mais interessantes no mundo global, é o mais interessante da América Latina" e que o Rio é a região do Brasil mais interessante para as indústrias de alta tecnologia. Nokia O ministro esperaa uma expansão das operações da empresa finlandesa fabricante de equipamentos de telecomunicações Nokia no Brasil com a entrada em operação da tecnologia GSM de celulares (pela operadora Oi, da Telemar) no mês que vem. Ele afirmou também que a Nokia é como uma vitrine, mas que há em torno dela oportunidades para várias empresas menores, que exigem pessoal especializado. "Os diferentes rings, que se ouvem no celular, já são um negócio", disse. Ele disse que a Finlândia é forte em tecnologia de informação, energia, papel e celulose e meio ambiente. O ministro finlandês fez uma apresentação hoje na Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan) onde foi acompanhado de 18 empresas de seu país. Depois visitou a Petrobrás e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

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