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Europa sobe em dia de vencimentos simultâneos

Sexta-feira é marcada pelo vencimento de índices futuros e opções na Europa e em Nova York

Por Nathália Ferreira e da Agência Estado
Atualização:

O último pregão antes das duas semanas mais curtas devido às festas de fim de ano começa com otimismo na Europa, ajudado pelo índice de sentimento empresarial na Alemanha e pelo lucro acima do previsto da Oracle, que estimularam o apetite por risco nas bolsas. Mas analistas não descartam volatilidade hoje, uma vez que os volumes já estão mais fracos e muitos investidores podem aproveitar a sexta-feira para ajustar as posições antes que o ano termine.

 

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Outro fator que deve trazer volatilidade é o fato de ser vencimento triplo ("triple witching") na Europa - vencimento simultâneo de futuros de índice, opções sobre ações e opções sobre índice - e vencimento quádruplo ("quadruple witching") em Nova York - vencimento de futuros de índices, futuros de ações, opções sobre índice e opções sobre ações. Esses vencimentos costumam movimentar fortemente a última hora do pregão.

 

"Estamos entrando no período realmente quieto do ano, com muitos investidores iniciando uma pausa antecipada de Natal este final de semana, sem retornar até o novo ano", disse Joshua Raymond, analista de mercado da City Index. Ele acrescentou que o índice de volatilidade Vix subiu 9% ontem.

 

A agenda de indicadores econômicos é vazia hoje nos EUA, o que reforça a influência dos vencimentos simultâneos. Na Europa, o índice de confiança do empresariado alemão do Instituto IFO subiu para 94,7 em dezembro, de 93,9 em novembro, superando a expectativa dos economistas de 94,5. É o nível mais elevado desde o verão de 2008 no Hemisfério Norte.

 

Os investidores também monitoram o último dia da conferência das Nações Unidas sobre mudanças climáticas, em Copenhague. Segundo informação de uma fonte com conhecimento do processo diplomático ao Wall Street Journal (WSJ), um novo esboço do acordo climático negociado nos últimos 12 dias não especifica nenhuma meta de redução de emissões de gás carbônico. O rascunho diz que as partes envolvidas apoiam a meta de arrecadar conjuntamente US$ 100 bilhões por ano até 2020 para ajudar os países mais pobres a mitigarem os efeitos do aquecimento global.

 

Na Ásia, o comitê de política monetária do Banco do Japão (BOJ, o banco central do país) decidiu, em votação unânime, manter a taxa de juros em 0,1% ao ano, enquanto experimenta formas alternativas de fazer com que as instituições financeiras liberem dinheiro. O BC japonês disse que não vai tolerar que o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) do país fique igual ou abaixo de zero, numa aparente elevação do tom de sua retórica contra a deflação.

 

A decisão do Banco do Japão (BOJ) chegou a provocar uma realização de lucros no dólar em relação ao iene, mas o movimento se inverteu. Em relação ao euro, o dólar deu uma pausa na valorização recente e opera praticamente estável. O mercado de câmbio também reagiu na madrugada aos rumores de um golpe no Paquistão, mas as especulações foram rapidamente negadas por um porta-voz do presidente paquistanês.

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Às 8h37 (de Brasília), o euro cedia 0,02%, a US$ 1,4392, enquanto o dólar saltava 1,05%, a 90,30 ienes. A Bolsa de Londres subia 1,30%, Paris avançava 0,99% e Frankfurt tinha alta de 0,93%.

 

Na contramão do tom positivo, as ações de bancos operam em queda, com destaque para o Credit Agricole, que cai mais de 5% depois de ter sido rebaixado para neutro, de compra, pelo Bank of America Merrill Lynch. O banco citou incertezas nos próximos meses por causa da proposta do Comitê da Basileia, que disse ontem que as regras reforçadas sobre o montante de capital que os bancos precisam separar para perdas potenciais serão introduzidos em etapas, tendo como meta o final de 2012. As informações são da Dow Jones.

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