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Europa teme pelo Mercosul com a crise na América Latina

Por Agencia Estado
Atualização:

A União Européia (UE) está preocupada com a situação econômica e política dos quatros países do Mercosul. As crises na Argentina, Uruguai, Brasil e, agora, no Paraguai, deixam os europeus preocupados sobre o futuro político do Mercosul. Segundo funcionários europeus responsáveis pela América Latina, os acontecimentos dos últimos dias no Paraguai deixam claro que o país ainda é um "foco de instabilidade importante na região". Na avaliação da Comissão Européia, os demais governos do Mercosul devem apoiar o governo de Assunção para que consiga preservar o regime democrático. Caso contrário, será difícil conseguir negociar um acordo de livre comércio entre a UE e o Mercosul se um dos países do bloco não conseguir manter uma estabilidade política mínima. Os dois blocos negociam um acordo comercial desde meados dos anos 90 e a perspectiva é de que o tratado esteja concluído até 2005. Apesar dos problemas enfrentados pelo bloco sul-americano, especialistas da UE apontam que é justamente a sua existência que possibilita que golpes de estado sejam evitados. Segundo o Tratado de Assunção, que criou o Mercosul em 1991, uma das condições para fazer parte do bloco é ser uma democracia. "As elites dos países sabem disso e não vão querer arriscar um golpe e ser expulsa do bloco", afirmou um funcionário da UE. Diplomatas do Mercosul acreditam que as negociações com os europeus têm um efeito "civilizador" para o bloco. "Diante das negociações, somos obrigados a nos organizar e buscar uma situação política que possibilite a manutenção do diálogo entre o Mercosul e a UE", afirma um diplomata latino-americano.

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