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Europeus cederam em carne, etanol e açúcar e Brasil incluiu vinhos em acordo

Tratado de livre-comércio entre Mercosul e União Europeia foi acertado depois de 20 anos de negociação

Foto do author Renata Agostini
Foto do author Julia Lindner
Por Renata Agostini e Julia Lindner
Atualização:

BRASÍLIA - A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, afirmou nesta sexta-feira, 28, que a União Europeia fez diversas concessões na área agrícola “em volume e em taxas”, que foram fundamentais para que o acordo com o Mercosul fosse fechado. Ela citou especificamente carne, etanol e açúcar, produtos que os europeus resistiam em ceder.

Delegação brasileira que participou nas negociações do acordo Mercosul-UE em Bruxelas. Foto: Ministério das Relações Exteriores

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“(Temos) muitos produtos sobre a mesa que vocês verão na hora que o acordo tiver publicado. Na área agrícola, muitos produtos: de frutas a carnes. Terá um menu cheios de opções para que os produtores brasileiros acessem esse grande mercado que é a União Europeia”, afirmou em entrevista coletiva em Bruxelas após o anúncio do acordo entre Mercosul e União Europeia.

Segundo ela, em contrapartida, o Brasil cedeu no mercado de vinhos, tema sensível para seus produtores locais. A  ministra disse que houve grande discussão ao redor do tema, mas o livre-comércio será estabelecido no fim. O setor foi incluído no acordo, mas ficou estabelecido um cronograma de 12 anos para que as alíquotas sejam inteiramente zeradas.

“Isso tem um tempo, não acontecerá de uma hora para a outra. Não é amanhã. Terá um tempo de maturação para que aconteça”, afirmou.

Visão comum entre Brasil e Argentina

O chanceler Ernesto Araújo disse que, na rodada final, houve nova disposição da União Europeia de abrir mão de alguns pontos. Ele citou como exemplo a proposta de salvaguarda agrícola que era proposta pelos europeus e, ao fim, ficou fora do texto. 

De acordo com o ministro, a visão comum entre os países do Mercosul, notadamente os governos do brasileiro Jair Bolsonaro e do argentino Mauricio Macri, foram essenciais para que o tratado, que vem sendo negociado há duas décadas, fosse enfim concluído.

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"É uma iniciativa que vai se traduzir em impacto extremamente positivo em toda a economia brasileira, vai criar mercados em todos os setores, reduzir custos, permitir acesso a insumos", disse. 

O texto completo com o acordo será divulgado no final de semana, afirmou Araújo. 

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