Centenas de pares de sapatos, usados por pessoas assassinadas em São Paulo, marcam nesta terça-feira a mobilização no Dia Internacional pelo Desarmamento, no Anhangabaú, no centro da capital paulista. Todos terão nome e idade da pessoa que morreu. Até esta segunda-feira eram 500, mas a expectativa é de que mais calçados sejam levados ao local do evento, entre 10 e 16 horas. A idéia da "marcha silenciosa", segundo Denis Mizne, diretor do Instituto Sou da Paz, organizador do evento, é dar identidade às estatísticas. Em vez dos tradicionais pombos e balões brancos, os sapatos simbolizam o repúdio à violência. "Queremos mostrar que eram pessoas de verdade, com família e história." Segundo Mizne, o Brasil é o País onde mais se mata com armas de fogo. No ano passado, 47 mil brasileiros foram mortos a tiros. Desses, 4.100 viviam em São Paulo, e 88,3% tinham de 15 a 24 anos. Durante o evento haverá ato ecumênico e shows dos grupos Funk como Le Gusta e Don KB, além de apresentações de street dance. Ao lado dos locais onde discursarão o governador Geraldo Alckmin (PSDB) e o vice-prefeito Hélio Bicudo (PT), uma fogueira destruirá cem armas de fogo. Os organizadores do evento pelo desarmamento pretendem fazer atos em outros Estados.