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Everardo defende manutenção de alíquotas para FMI

As receitas de que o País vai dispor no próximo ano para fazer frente aos gastos previstos foi o tema central da reunião, hoje, da missão do FMI com o secretário da Receita, Everardo Maciel

Por Agencia Estado
Atualização:

As receitas de que o País vai dispor no próximo ano para fazer frente aos gastos previstos foi o tema central da reunião, hoje, da missão do Fundo Monetário Internacional (FMI) com o secretário da Receita Federal, Everardo Maciel. Ele contou que defendeu durante o encontro a manutenção, em 2003, das atuais alíquotas do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF) e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL). Se nada for feito, no próximo ano as alíquotas do IR cairão de 27,5% para 25% e da CSLL de 9% para 8%, o que significará menos R$ 3,2 bilhões. "Essas são duas peças indispensáveis. Toda atenção deve ser dada pelo Congresso na avaliação dessas alíquotas", observou Maciel, ao deixar o Ministério da Fazenda logo depois do encontro com a missão do FMI. O secretário da Receita Federal é, juntamente com o presidente do Banco Central, Armínio Fraga, o responsável pela área econômica do atual governo na transição. O único encontro do pessoal do FMI com a equipe do governo de transição do PT, coordenada por Antônio Palocci, está marcado para amanhã à tarde. A reunião está sendo aguardada com bastante expectativa pelos técnicos do Fundo porque será o primeiro contato antes da segunda revisão do acordo, em fevereiro, quando poderão ser negociadas mudanças com o novo governo. Segundo Maciel os representantes do Fundo pediram relatos detalhados sobre as medidas em discussão no Congresso que tratam da reforma tributária. O secretário contou que disse a eles que a reforma tributária está acontecendo há oito anos. Maciel também se manifestou contrário ao uso de receitas inflacionárias como fonte de recursos. "Qualquer receita oriunda de inflação não deve ser levada em conta para financiar despesas novas", argumentou. Econômico nas palavras, a única manifestação do chefe da missão, o argentino Jorge Martinez-Ruarte, após a reunião com Maciel foi de que o encontro "foi muito bom". Os representantes da missão do FMI estiveram hoje no Banco do Brasil e também no Ministério do Planejamento com o chefe do departamento de coordenação e controle das empresas estatais, Otacílio Caldeira Júnior. A agenda de amanhã prevê, além da reunião com a equipe de transição do PT, encontro com a diretoria do Banco Central para informações sobre a política monetária e cambial e mais uma rodada de discussões no Ministério da Fazenda, desta vez com o secretário do Tesouro Nacional, Eduardo Guardia, sobre as operações do Tesouro Nacional, dívida pública e a questão do relacionamento de Estados e municípios com a União.

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