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Professor de Finanças da FGV-SP

Evite investimentos de longo prazo em 2022

Em cenário de estagflação e juros altos, alternativa é a diversificação e apostar em títulos no exterior ou BDRs

Por Fábio Gallo
Atualização:

O mundo financeiro é um dos que mais fazem previsões, embora eu tenha certa relutância em fazer previsões sobre o futuro de curto prazo num país como o nosso. Basta lembrar que, no fim de 2020, tínhamos inflação e juros muito baixos, com expectativa de que permanecesse assim ao longo de 2021 e que a Bolsa batesse todos os recordes.

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Mas estamos num cenário de estagflação, com juros altos e que devem subir mais, e o Ibovespa com o pior desempenho do mundo no mercado de ações em 2021. No entanto, podemos tratar de alguns investimentos que as pesquisas apresentam como aqueles a evitar em 2022. 

O primeiro é o investimento de longo prazo, porque as taxas de juros, ao redor do mundo, tendem a subir, fazendo com que os preços dos títulos caiam. No sentido contrário, se as taxas de juros caem, os preços dos ativos sobem. Esse efeito é mais pronunciado nos títulos de longo prazo. 

Criptomoeda é um dos investimentos a seremevitadosem 2022 Foto: Edgar Su/Reuters

Em relação à renda variável, devem ser evitadas as ações de crescimento compradas a qualquer preço. Aquelas ações de empresas caracterizadas pelo potencial de crescimento.

São títulos de maior risco e com taxas de juros mais altas, a tendência é de que os investidores busquem ações de valor, assim ações de crescimento com preços mais elevados tendem a ser punidas. Isso afeta as ações de tecnologia que são de crescimento e que foram as queridinhas de mercado em 2020. 

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Outro investimento a evitar são as criptomoedas. Não têm preços respaldados pelos ativos ou fluxo de caixa de nenhuma empresa subjacente. Os preços são afetados por especulações, notícias, comentários e por boatos.

Outra opção a se evitar são as ações de mercados emergentes. Segundo analistas internacionais, nossos mercados costumam ter governança menos robusta e barreiras econômicas. Além disso, devemos ter fortes lutas contra a alta inflação e a normalização das atividades. 

Essas dicas de investimentos nos levam às lições aprendidas nestes dois últimos anos. Primeiro item: sempre devemos manter uma rede de segurança. A diversificação é essencial, particularmente investir em títulos no exterior ou BDRs. 

Jogar parado é uma boa estratégia. Em momentos de muita turbulência, não sair da posição com açodamento evita erros. Decidir com base na emoção pode levar a grandes prejuízos. Estabeleça uma estratégia de longo prazo. Ficar esperando pelo melhor momento para investir não funciona.

Outra lição máxima é que, por pior que a situação esteja, ela pode piorar. Mas, fique atento: momentos ruins também apresentam grandes oportunidades.

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