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Evo Morales acusa Petrobras de fazer chantagem

Ele se referiu ao anúncio feito na quarta-feira pela Petrobras, de que deixará de investir no país

Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente da Bolívia, Evo Morales, considera que o anúncio feito na quarta-feira pela Petrobras, de que deixará de investir na Bolívia devido às novas regras do setor de hidrocarbonetos, vai contra a idéia de soberania do país. "Podem chantagear, mas não é possível que com nossos recursos tenham uma grande empresa e deixem a economia de nosso país mal", disse. Também afirmou que sobram empresas petrolíferas de vários continentes interessadas em realizar negócios com a Bolívia, em alusão aos protestos da Petrobras e da hispano-argentina Repsol YPF contra a nacionalização, que dá ao Estado o "controle absoluto" dos hidrocarbonetos bolivianos. Morales declarou que por falta de uma boa administração, a empresa estatal Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos (YPFB) esteve em má situação, mas que se recuperará. Ele comentou a experiência da também estatal petrolífera PDVSA, da Venezuela, que há nove anos passava por uma situação parecida com a da YPFB e agora é uma das mais importantes do mundo, segundo Morales. "Nesse momento, a PDVSA recuperou seus hidrocarbonetos e com o companheiro Chávez chegou ao que é agora", afirmou Morales. Companhia argentina A companhia petrolífera hispano-argentina Repsol YPF negou nesta quinta-feira ter mantido contatos nos últimos dias com o governo boliviano. A empresa afirmou que continua à espera de detalhes do decreto de nacionalização dos hidrocarbonetos, anunciado na segunda-feira pelo presidente Evo Morales. O ministro boliviano de Planejamento, Carlos Villegas, assegurou hoje que tanto a Repsol YPF como a Petrobras aceitaram a nacionalização dos hidrocarbonetos e estão dispostas a negociar a mudança das regras do jogo. Segundo Villegas, o Governo boliviano recebeu cartas nesse sentido de várias petrolíferas, entre elas a Repsol YPF e a Petrobras. Fontes da Repsol YPF disseram hoje à EFE que "não houve nenhum contato, nem oficial nem oficioso, com o Governo boliviano", e reiteraram que a empresa continua esperando a concretização das novas normas sobre hidrocarbonetos "para saber a que se ater".

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