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Ex-administradores do banco cobram seguro de R$ 100 milhões

Por Josette Goulart
Atualização:

Os ex-administradores do banco BVA estão tentando receber R$ 100 milhões de uma apólice de seguro de responsabilidade civil feita pela Zurich Minas Brasil. Depois da decretação da intervenção e da liquidação da instituição, a seguradora negou o pagamento do prêmio alegando que a apólice é nula porque houve omissão de informações que pudessem levar a uma análise de risco mais precisa. Todos os ex-administradores estão com seus bens indisponíveis e em outubro do ano passado tentaram acionar a seguradora para receber o dinheiro.Um seguro de responsabilidade civil é feito para garantir o pagamento dos prejuízos financeiros que os segurados tenham em função de atos pelos quais sejam responsabilizados. No caso do BVA, entendeu-se que a seguradora poderia ser acionada em função do bloqueio dos bens dos segurados depois da intervenção. No processo, os advogados do escritório Antônio Penteado Mendonça que defendem os ex-administradores alegam que a Zurich não tem motivos para negar o pagamento, pois os segurados preencheram corretamente o formulário enviado pela própria seguradora. No dia 19 de março, entretanto, a Zurich reafirmou a negativa da cobertura do seguro e informou que ajuizou uma ação para anular a apólice. No início de abril, os ex-administradores entraram com um processo na Justiça de São Paulo para exigir que a seguradora entregue os documentos referentes à apólice. O objetivo é ter os documentos em mãos, pois acreditam que a Zurich não tem como provar a omissão das informações, como alega. "Essa correspondência (do dia 19 de março) causou espanto aos Autores, uma vez que a Ré não informou qual informação havia sido omitida. A apólice foi emitida com base em questionário de risco integralmente preenchido com todas as informações solicitadas e os segurados pagaram integralmente o prêmio." A apólice, se for paga, beneficia 11 ex-executivos do banco, entre eles o ex-presidente Ivo Lodo e o dono da instituição, José Augusto Ferreira dos Santos. Os advogados do caso não quiseram falar sobre o assunto, alegando que há um contrato de sigilo com a Zurich. A seguradora também não quis falar sobre o assunto usando a mesma alegação.

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