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Ex-BC critica debate sobre pré-sal centrado no uso da receita

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Por Redação
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O ex-diretor do Banco Central Ilan Goldfajn criticou nesta segunda-feira a forma como está sendo discutida a descoberta de petróleo no pré-sal brasileiro, com ênfase no destino da receita futura e pouca análise sobre o custo dos investimentos. "Está faltando espírito de formiga e sobrando espírito de cigarra", comparou durante evento em São Paulo. "O pré-sal é uma questão macroeconômica séria, pode significar mudanças muito grandes na taxa de câmbio, por exemplo." Atualmente na Ciano Investimentos, Goldfajn lembrou que os números envolvendo a descoberta da Petrobras ainda são incertos mas, de qualquer maneira, demandarão investimentos expressivos. De acordo com especialistas citados por ele, o investimento total para extração da commodity poderia chegar a 600 bilhões de dólares. Parte desses recursos, seriam gerados com a receita do próprio pré-sal, mas o restante demandaria uma poupança vultosa. "De onde vai sair essa poupança? Há dois cenários. Em um deles, o déficit em conta corrente poderia ficar entre 8 e 9 por cento do PIB, o que é financiável com investimentos estrangeiros diretos. Mas o governo pode minar esses investimentos diretos mexendo no marco regulatório", disse. "Outra saída é gerar poupança aqui. Como a poupança privada não está com cara de que vai subir, precisaríamos de mais juro e câmbio." O pré-sal é uma camada de reservatórios petróleo e gás que se estende por 800 quilômetros entre o Espírito Santo e Santa Catarina. (Por Daniela Machado; Edição de Alexandre Caverni)

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