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Ex-conselheiro do FMI vê EUA a caminho da recessão

Por Vinícius Pinheiro
Atualização:

O Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) deverá dar prosseguimento aos cortes de juros na economia norte-americana, mas essa política não será suficiente para evitar uma recessão. A avaliação é do ex-conselheiro do Fundo Monetário Internacional (FMI) e professor da Universidade da Califórnia, Barry Eichengreen. Segundo o economista, os problemas na economia norte-americana tiveram origem no segmento imobiliário, que foram responsáveis por todas as crises enfrentadas pelo País desde o final da 2ª Guerra Mundial. "As duas únicas exceções foram em 2001, no estouro da bolha de tecnologia, e em 1953, após o fim da Guerra da Coréia", comentou. Eichengreen afirmou que a redução de 0,50 ponto porcentual dos juros dos EUA em setembro não foi suficiente para recuperar a confiança do consumidor, como demonstraram os índices divulgados recentemente. Ele destacou ainda que problemas no setor de imóveis costumam levar períodos mais longos de tempo para se recuperar. O ex-conselheiro do FMI avaliou que os mercados financeiros estão excessivamente otimistas e terão de se ajustar ao aumento do risco de recessão na maior economia do planeta. Ele considerou que esse risco hoje é de 55%, estimativa superior às divulgadas recentemente pelo banco JP Morgan (30%) e do ex-presidente do Fed Alan Greenspan, que projetou hoje uma possibilidade menor do que 50% de crise nos EUA. Eichengreen não soube dizer se o ajuste nas bolsas será abrupto ou gradual. "A verdade é que as ações sempre reagem depois do esperado", observou. O economista está no Brasil e participa amanhã do 2º Seminário Internacional sobre Renda Fixa em Mercado de Balcão, promovido pela Andima, em São Paulo.

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