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Ex-deputado paranaense é preso acusado de gestão fraudulenta

Por Agencia Estado
Atualização:

A Polícia Federal prendeu preventivamente o empresário e ex-deputado estadual do Paraná Antonio Celso Garcia, conhecido como Tony Garcia, sob acusação, entre outros crimes, de gestão fraudulenta do Consórcio Garibaldi e desvio de recursos que estão em sua posse para proveito próprio. O consórcio foi liquidado em 1994 e, de acordo com as acusações do Ministério Público Federal (MPF), deixou prejuízo de R$ 40,1 milhões para cerca de 3 mil consorciados. Um dos advogados que defendem o ex-deputado viajou a Porto Alegre para protocolar pedido de habeas-corpus no Tribunal Regional Federal. Segundo o MPF, a medida foi tomada para "garantia da instrução criminal da ação penal", que tramita na 2ª Vara Federal de Curitiba, especializada em crimes contra o sistema financeiro. Ainda de acordo com a denúncia, além de ser o responsável por fraudes no consórcio, Garcia foi o beneficiário do negócio, desviando recursos em favor da Baltimore S/A, empresa que seria administrada por ele. De acordo com o Ministério Público, o ex-deputado utilizava um programa de computador que permitia lançamentos com data retroativa. Dessa forma, ele isentava alguns participantes do pagamento dos encargos decorrentes da mora. Além disso, teria determinado centenas de ajustes contábeis, mediante a troca simulada do bem objeto do consórcio por outros de maior valor, o que camuflaria o déficit. Susto Tony Garcia foi preso em um bosque nos fundos de sua casa e levado algemado para a sede da PF. Segundo o advogado Carlos Alberto Farracha Castro, ele não estava tentando fugir, mas assustou-se quando pensando que seria seqüestrado. "Estão fazendo um pouco de folclore em cima disso", afirmou o advogado. "Ele tem lugar fixo, família, está à disposição do juízo, sempre prestou declaração, não existia sentença e, da noite para o dia, chegam arrombando a porta. É claro que fica surpreso." O ex-deputado sempre negou ter administrado ou controlado o Consórcio Garibaldi, que funcionou por cinco anos e foi liquidado em 1994. Nesta terça-feira, ao chegar à PF, ele disse apenas não saber porque estava sendo preso. "Não tenho nem idéia da acusação", afirmou. A polícia também apreendeu vários computadores e dezenas de caixas com documentos.

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