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Ex-diretor do Noroeste pode ficar 5 anos preso

Por Agencia Estado
Atualização:

Nelson Sakagushi, ex-diretor do Banco Noroeste e acusado de desfalque bancário, poderá ficar preso na Suíça por até cinco anos se ficar provado que foi o autor de atos financeiros ilegais envolvendo cerca de US$ 242 milhões. A informação foi dada pelo procurador de Genebra, Daniel Devoux, que cuida do caso do brasileiro. Em entrevista à Agência Estado, Devoux afirmou que vai transferir Sakagushi de Nova York para Genebra no prazo de dez dias. "Queremos interrogar o acusado assim que possível." Há poucos dias, o brasileiro foi preso em Nova York a pedido do governo suíço. Devoux afirma que, embora a lei suíça dê um prazo de até 40 dias para o ex-diretor se entregar, a Justiça de Genebra não irá esperar todo esse tempo para pôr as mãos no brasileiro. "Se ele (Sakagushi) não se entregar em dez dias, vamos pedir aos EUA a extradição do acusado", declarou o procurador. Devoux confirmou que o brasileiro será interrogado, mas até agora a embaixada do País em Berna não foi informada sobre o caso. Segundo a lei suíça, caso fique confirmada a lavagem de dinheiro, Sakagushi poderia ser condenado a até três anos de prisão. Mas o brasileiro não está indiciado apenas apenas por lavagem de dinheiro, mas também por abuso de confiança e fraude, o que agravaria sua pena. "Nesse caso, o brasileiro poderia receber uma pena de até cinco anos", explicou. O procurador disse ainda que os ex-donos do Noroeste poderão reaver o dinheiro que teria saído do Brasil entre 1995 e 1997. Dinheiro saiu em pequenas remessas A estratégia que teria sido utilizada no esquema consistia no envio de pequenas remessas ao exterior, para evitar identificação. Mas, pela nova lei suíça, os bancos serão obrigados a repassar às autoridades qualquer tipo de movimentação suspeita por parte de seus clientes. Segundo Devoux, mais de US$ 30 milhões em nome de Sakagushi estão bloqueados em várias contas na Suíça. "Para reaver o dinheiro, os prejudicados terão de entrar com um pedido para que o governo suíço libere os ativos", completou.

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