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Ex-diretores do BC defendem medidas para a poupança

Economistas afirmaram que há uma necessidade de permitir no curto prazo a trajetória de queda da Selic

Foto do author Francisco Carlos de Assis
Por Adriana Chiarini , Francisco Carlos de Assis (Broadcast) e da Agência Estado
Atualização:

Ex-diretores do Banco Central presentes ao XI Seminário Anual de Sistema de Metas para Inflação, ouvidos pela Agência Estado, consideram uma distorção a manutenção dos juros fixos de 6% mais a TR na caderneta de poupança. Apesar disso, o economista chefe da Confederação Nacional do Comércio (CNC) e ex-diretor do BC, Carlos Thadeu de Freitas Gomes defendeu as medidas anunciadas na quarta-feira, 13, pelo governo, afirmando que há uma necessidade de permitir no curto prazo a trajetória de queda da Selic, que poderia ser impedida pela maior rentabilidade da poupança. De acordo com ele, a decisão do governo " foi a mais pragmática possível" e permite que a trajetória de queda da Selic possa ser mais rápida no curto prazo".

 

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Segundo Thadeu de Freitas, para retirar o piso de juros, seria preciso muito tempo de discussão no Congresso Nacional. Para ele, a melhor alternativa definitiva seria indexar a rentabilidade da poupança à Selic, mas isso seria demorado. Ele disse também que, dificilmente, a Selic vai chegar a 7,25% que disse ser "o chão" para o modelo criado a partir das medidas anunciadas ontem. Já o sócio da Mauá, Luiz Fernando Figueiredo, disse que o anúncio de ontem "foi uma tentativa, não uma solução". "Quando a taxa de juros brasileira está indo para um nível mais normal, passa a ser uma distorção ter juro fixo de 6%", afirmou.

 

Ele defendeu uma solução definitiva. Admitiu, porém, que as decisões do governo resolvem no curto prazo. Ele criticou o fato de a redução dos tributos nos fundos de investimento, aparentemente, durar por um ano, sem se saber se continuará depois". "Isso gera uma fricção no sistema. Eu, investidor, vou ficar por algum tempo (no fundo de investimentos) e, depois, não sei o que vai acontecer", disse.

 

Segundo Figueiredo, a questão política acaba por distorcer "uma discussão que é absolutamente técnica". De acordo com ele, a taxa fixa de 6% não cabe em uma economia "mais normal", a modificação tem de ser feita e, neste momento, há uma boa razão para isso, "porque os juros estão perto do razoável". Um outro ex-diretor do BC, que prefere não se identificar, observou que está na legislação o piso de 6,17% na poupança. De acordo com ele, o Brasil é o único país em que há um limite mínimo fixo para os juros. Ele considera também que ainda falta muita informação sobre a redução de tributação sobre os fundos. Afirmou ainda que acha razoável a tributação, mas tem pena de não se ter conseguido mudar as regras os juros.

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