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Ex-presidente do BES é detido para prestar depoimento

Procuradoria-Geral disse que a detenção de Salgado está relacionada a investigação sobre lavagem de dinheiro e sonegação

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Por Redação
Atualização:
Ricardo Espírito Santo Salgado, ex-chefe do Banco Espírito Santo, foi detido por autoridades judiciárias e levado perante a um juiz nesta quinta-feira Foto: Francisco Seco/AP

Ricardo Espírito Santo Salgado, patriarca da família portuguesa Espírito Santo e ex-chefe do Banco Espírito Santo, foi detido por autoridades judiciárias e levado perante a um juiz nesta quinta-feira, afirmaram promotores.

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A detenção agrava os problemas enfrentados pela família, que está lutando para salvar seu império de negócios após a descoberta de irregularidades materiais em uma de suas holdings neste ano.

Salgado foi levado perante juiz no Tribunal Central de Instrução Criminal de Lisboa e ainda estava lá às 8h22 no horário de Brasília, afirmou um funcionário do tribunal à Reuters. Salgado entrou no tribunal por uma garagem para participar de audiência fechada ao público.

A Procuradoria-Geral da República disse em comunicado que a detenção de Salgado, de 70 anos, está relacionada a uma investigação antiga sobre lavagem de dinheiro e sonegação de impostos. Não foram dados mais detalhes sobre a audiência.

Representantes da família Espírito Santo e do banco não estavam imediatamente disponíveis para comentários.

Salgado tem sido testemunha voluntária na investigação e disse em janeiro de 2013 que sempre pagou seus impostos e não era um suspeito. Na época, a Procuradoria confirmou que ele não era suspeito de nenhum crime.

Separadamente, nesta quinta-feira, Carlos Tavares, diretor do regulador do mercado de Portugal, a CMVM, disse que o órgão investigou o Grupo Espírito Santo em diversas ocasiões nos últimos seis anos e encontrou sinais de possíveis atividades ilegais sobre as quais alertou procuradores.

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Falando em um comitê parlamentar, Tavares citou o que descreveu como "sinais de abuso de informações privilegiadas e possível crime de abuso de confiança".

O Ministério Público disse na semana passada que tem diversas investigações em andamento sobre a situação em torno do império Espírito Santo.

(Por Andrei Khalip)

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