29 de outubro de 2013 | 02h06
Os atrasos provocados pela burocracia se transformam em custos repassados para os consumidores. Produtos importados não liberados ficam nos armazéns de portos e aeroportos, que cobram tarifas das empresas. Os custos pressionam tanto os preços de exportação, reduzindo a competitividade dos produtores brasileiros, quanto os preços dos bens importados, o que se reflete em mais inflação. Maior eficiência poderia resultar, em tese, numa política monetária menos restritiva.
Além dos custos diretos, há os custos indiretos sobre a exportação e a importação - e estes podem ser ainda mais graves, alerta o presidente da Associação Brasileira de Comércio Exterior (AEB), José Augusto de Castro. Procedimentos burocráticos desnecessários impedem que as indústrias brasileiras se integrem às cadeias internacionais, isolando o Brasil. O País passa a depender ainda mais das exportações de commodities, que têm "salvo" a balança comercial de resultados ainda piores.
Tributos excessivos (por exemplo, sobre as importações de industrializados) e difíceis de recolher, falta de investimentos em pessoal e em equipamentos na Receita Federal nos portos e aeroportos em geral, infraestrutura precária, despreparo da mão de obra e a necessidade de recorrer a despachantes para tarefas que poderiam ser feitas diretamente pelos usuários se incluem entre os custos que poderiam ser removidos com decisões das autoridades (se estas dispusessem de autonomia e tivessem força para evitar o aparelhamento de portos e aeroportos, em geral, pelos partidos da base aliada, especialmente PT e PMDB).
Em 12 meses, o déficit na conta corrente do balanço de pagamentos superou US$ 80 bilhões. Mas seria menor se o governo mostrasse eficiência no comércio exterior.
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