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Excesso de oferta mantém dólar em queda

Moeda americana cai 0,7% para R$ 1,847; no mês, recuo é de 5,91%

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Por Redação
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''''Excesso de liquidez'''', é essa a explicação de Fausto Gouveia, administrador de carteiras da Win, homebroker da Alpes Corretora, para a queda de 0,70% da moeda americana ontem frente ao real. Segundo Gouveia, o dólar sofre influência direta do movimento na Bolsa de Valores. Ele explica que continua forte o ingresso de capital estrangeiro na Bovespa. Se, de um lado, isso colabora para o bom desempenho do mercado de ações - a Bolsa vem batendo recordes diários de pontuação esta semana -, de outro, aumenta a oferta interna de dólares, o que contribui para derrubar as cotações da moeda americana. De acordo com dados da Bovespa, o saldo (compras menos vendas de ações) de capital estrangeiro na Bolsa estava positivo em R$ 2,5 bilhões no dia 21. A analista Kelly Trentin, da Corretora SLW, calcula que esse saldo é crescente e, segundo ela, teria alcançado R$ 2,8 bilhões no dia 24. Desde junho, o saldo externo era negativo - em agosto, por exemplo, a bolsa perdeu R$ 605 milhões de investimento externo. Com a queda de ontem, o dólar ficou cotado a R$ 1,847, o menor valor desde 23 de julho, quando custava R$ 1,842. A moeda acumula queda de 5,91% no mês e de 13,53% no ano. O risco Brasil também voltou a recuar ontem. A queda de 0,59% levou o indicador para 168 pontos, o nível mais baixo desde 20 de julho, quando estava em 167 pontos. JUROS No segmento de juros, a expectativa com a divulgação hoje do relatório trimestral de inflação pelo Banco Central elevou as taxas nos contratos futuros. A divulgação é aguardada com preocupação por causa da disparada recente da inflação nos índices de preço ao consumidor e no atacado. O temor do mercado é que as projeções do BC para inflação e atividade da economia possam ter impacto de alta nas taxas. O contrato de DI com vencimento em janeiro de 2009 encerrou em 11,26%, ante 11,23%, na terça-feira, enquanto o de janeiro de 2010 fechou em 11,37%, ante 11,34%, na terça. A elevação das taxas foi na contramão do comportamento de baixa verificado ao longo do mês. Os dados a serem divulgados hoje pelo BC podem ajudar o mercado a posicionar-se diante da grande incógnita que é a continuidade ou não do ciclo de corte da taxa de juro básica (Selic) pelo Comitê de Política Monetária (Copom)em outubro.

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