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Executivo-chefe da BP deixará o cargo em outubro

Tony Hayward será substituído após críticas pela condução da crise após o vazamento de petróleo no Golfo do Mexico

Por Efe
Atualização:

O executivo-chefe da companhia petrolífera British Petroleum (BP), Tony Hayward, muito criticado durante a crise pelo vazamento de petróleo no Golfo do México, deixará a empresa no próximo dia 1º de outubro, informa a companhia em comunicado enviado à Bolsa de Londres nesta terça-feira.

Hayward, de 53 anos, será substituído pelo americano Bob Dudley, a cargo das operações de limpeza da BP no golfo.

 

Segundo o contrato que tem com a empresa, o executivo receberá um milhão de libras (1,1 milhão de euros) na saída, segundo a nota.

 

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O presidente da BP, Carl-Henric Svanberg, manifestou na nota o pesar do conselho de acionistas da petrolífera pela perda de um executivo-chefe que conseguiu melhorar o rendimento da companhia nos últimos três anos.

 

Svanberg acrescentou que, apesar da tragédia no Golfo do México, a BP ainda é uma empresa com "importantes ativos, bons profissionais e com um trabalho vital a desempenhar para responder às necessidades energéticas do mundo".

 

Destacou também que confia no trabalho de Dudley, pois passou sua vida laboral na indústria petrolífera nos EUA e "demonstrou ser um trabalhador forte em circunstâncias mais difíceis".

 

Dudley, de 54 anos, afirmou no comunicado que se sente honrado de ter a seu cargo a tarefa de reconstruir a força e a reputação da BP apesar das atuais circunstâncias.

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"Não subestimo a natureza do trabalho que há pela frente, mas a companhia é financeiramente forte, com uma bolsa de ativos invejável e uma equipe de profissionais que estão entre os melhores da indústria", o que ajudará a "colocar a BP no caminho da recuperação", afirma.

 

Segundo o acordo para substituir Hayward, Dudley trabalhará na sede da empresa em Londres, e entregará as atuais obrigações que tem a Lamar McKay, presidente da BP América.

 

Hayward seguirá no conselho de administração da BP até o próximo dia 30 de novembro, e a empresa tem planos para dar a ele as atribuições de diretor não executivo da companhia russa TNK-BP, um negócio conjunto da companhia petrolífera britânica.

Ao comentar sobre sua demissão, Hayward assinala na nota que a explosão no Golfo do México foi uma tragédia terrível sobre a qual "sempre" sentirá "profunda responsabilidade".

 

"Estamos fazendo todo o possível para limpar a sujeira, e compensar a todos os que têm uma reivindicação legítima", afirma.

 

Como resultado da explosão na plataforma Deepwater Horizon, no último dia 20 de abril, a BP vai mudar, e "é correto que entre na nova fase com nova liderança", acrescentou.

 

"Vou trabalhar muito estreitamente com Bob Dudley nos próximos meses para assegurar uma transição sem problemas", ressalta.

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Nos últimos meses, as ações da BP perderam valor por causa do vazamento após a explosão na plataforma Deepwater Horizon. Em junho, os títulos da empresa chegaram ao nível mais baixo desde agosto de 1996.

 

Segundo a BP, cerca de 46 mil pessoas e 6.400 navios participaram dos trabalhos de limpeza.

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