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Executivos da Varig e TAM iniciam integração

Por Agencia Estado
Atualização:

Executivos da Varig e da TAM já estão realizando as primeiras reuniões com a equipe do banco Fator para discutir aspectos do acordo que pode culminar com a união das duas companhias aéreas em uma nova empresa. Na sexta-feira, dia seguinte à assinatura do protocolo de entendimentos, ocorreu o primeiro encontro, entre as áreas financeiras das duas empresas, dando início à fase do plano chamada de aproximação entre áreas. Outra prioridade tem sido a comunicação interna, já que a possibilidade de fusão vem preocupando os funcionários de ambas as empresas, que temem um enxugamento ainda maior das operações. Hoje, o presidente da Varig, Manuel Guedes, realizou reuniões com diretores e gerentes-gerais de departamentos da companhia, incluindo alguns executivos que vieram do exterior para conversar sobre o tema. Guedes também recebeu dirigentes da operadora de turismo Varig Travel, subsidiária do grupo. Os contatos entre as empresas deverão envolver ainda as áreas mais próximas à operação, nas quais é possível que ocorram as primeiras mudanças, independentemente da opção pela criação de uma nova empresa, uma fusão entre as duas ou mesmo a desistência do acordo. No mercado doméstico, a TAM voa para apenas cinco localidades onde a Varig não opera - Bauru, Marília e São José do Rio Preto, no interior de São Paulo, Imperatriz, no Maranhão, e Comandatuba, na Bahia. No exterior, a TAM compete com a Varig em suas três rotas - Miami, nos EUA, Buenos Aires e Paris. Um dos principais motivos para a baixa rentabilidade da aviação comercial brasileira é o excesso de oferta, numa opinião que é compartilhada por analistas e pelas próprias companhias. Daí a expectativa de que as duas companhias aproveitem a integração entre as equipes para reduzir vôos em determinadas rotas e assim melhorar a ocupação. As frotas também poderiam ser reduzidas com o corte de freqüências, aliviando os gastos com leasing de aviões. Para um brigadeiro ligado ao Alto Comando da Aeronáutica, que acompanha de perto o setor, a medida mais eficaz para melhorar a rentabilidade das empresas seria a imposição, pelo Departamento de Aviação Civil (DAC), de um corte de pelo menos 30% da oferta de assentos em todas as companhias. "A TAM e a Varig têm a chance de iniciar essa reestruturação por conta própria, mas acabarão optando por um meio termo, por medo de perder mercado para a Gol", afirma o brigadeiro, admitindo que também não existe mais espaço para uma interferência do DAC sobre a gestão das companhias aéreas.

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