PUBLICIDADE

Executivos suecos preocupam-se com crises no Brasil

Por Agencia Estado
Atualização:

Para alguns dos mais importantes executivos na platéia do restaurante do Teatro da Ópera, de Estocolmo, o presidente Fernando Henrique Cardoso soou convincente, embora eles não deixem de se preocuparem com algumas questões estruturais do Brasil, com a exposição às crises, e os rumos escolhidos pelo governo que for eleito no fim do ano. "Fizemos uma grande aquisição no Brasil em 1996", lembrou o presidente da Electrolux, Michael Treschow, referindo-se à compra da Prosdócimo. "Tivemos sucesso em apenas um ano e, de lá para cá, vivemos de crise em crise." O fabricante de eletrodomésticos foi diretamente afetado pela escassez de energia. A companhia, que emprega 4.500 trabalhadores e investiu US$ 1 bilhão no Brasil, não tem tido lucros no País, disse Treschow, participante de um grupo seleto de meia dúzia de executivos e um editor do jornal "Svenska Dagbladet", que se reuniram com Fernando Henrique depois do discurso. "Antes de fazermos novos investimentos no Brasil, precisamos de mais mercado, mais demanda", analisou o presidente da Scania, Leif Östling, que tem investidos no País US$ 400 milhões. "O Brasil é muito importante para nós", acrescentou Östling, a quem coube fazer a única pergunta ao presidente brasileiro, depois do almoço, sobre a situação da Argentina e o futuro do Mercosul. A preocupação é mais que justificada: a Scania vendeu apenas um caminhão na Argentina em janeiro. Ao contrário da concorrente, a Volvo ainda vê espaço para investir no Brasil. A companhia planeja começar, em 2003, a fabricar no País o modelo FMFH, um caminhão de carga muito pesada, e aguarda com expectativa a missão de empresários brasileiros, em março, a Estocolmo. "Estamos tentando encorajar nossos fornecedores de médio porte no Brasil a se tornarem nossos fornecedores globais", explica o presidente da Volvo, Leif Johansson. Outro grupo com planos para o Brasil é o Saab, fabricante dos aviões JAS Gripen, que concorre na licitação da Força Aérea Brasileira (FAB) para a compra de 12 a 24 caças, no valor de US$ 700 milhões. "O presidente mostrou um quadro muito interessante", disse o presidente da Saab, Bengt Halse. "A queda dos juros é um sinal muito bom."

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.